Dei-te tudo.
Abdiquei de mim.
Cumpri o teu sonho.
Pisaste o meu.
Cumpri o teu sonho.
Pisaste o meu.
Entreguei-te tudo o que tinha.
Pegaste em tudo e fugiste.
Pegaste em tudo e fugiste.
Dei-te o meu corpo, o meu sangue, o meu ser.
Mas o teu coração o rejeitou e me expulsou.
Mas o teu coração o rejeitou e me expulsou.
Tiveste repulsa de mim.
Nada mais querias comigo.
Não estou chateado de o fim ter chegado.
Mas sim de como ele chegou.
Mas sim de como ele chegou.
Podias ter-me apenas partido o coração.
Mas preferiste mastigá-lo, pisá-lo e raspá-lo num passeio.
Como se ele fosse pastilha elástica.
Como se ele fosse pastilha elástica.
E deixaste-me ali no chão, preso ao alcatrão.
Desfeito e espalhado pelo meio da berma.
Desfeito e espalhado pelo meio da berma.
Sei que tinhas capacidade de me magoar.
Mas nunca pensara que eras capaz de o fazer.
Voltei a juntar os pedaços triturados.
Mas vieram carregados de pedras, alcatrão.
Pó e lixo também, enfim tudo o que existe numa berma.
Pó e lixo também, enfim tudo o que existe numa berma.
E aqui me deixaste pisado.
Fazendo-me sentir sujo por fora e por dentro.
Fazendo-me sentir sujo por fora e por dentro.
Parti o espelho do meu quarto.
Pois não gostava do que via.
Pois não gostava do que via.
Deixaste-me assim, partido por fora.
E partido por dentro.
Espero que realizes todos os teus sonhos.
Pois os únicos que tinha, cuspiste neles e os pisastes.
Bons sonhos...
Pois os únicos que tinha, cuspiste neles e os pisastes.
Bons sonhos...

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