quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Traição



Aconteceu. Uma palavra sem expressão nem força neste contexto.
Estavas com ele e eu ardendo em ciúme, fui visitar aquela rapariga que sempre esteve comigo e que tu desconfiaste de algo mas sempre te jurara que nada acontecera.

Mas tu mantiveste a tua desconfiança, embora sem motivos para tal.
E como se não bastasse, foste ter com o outro. Podes não acreditar mas sabia bem que ele estava interessada em arrancar-te de mim. Tentei abrir-te os olhos mas tu não quiseste saber e foste ter com ele.

Passaram-se horas e tu não me atendeste o telefone. Deixei-te mensagens, nervoso e de copo na mão. Mas sem resposta. E cada minuto que passava, era mais um golo que eu dava. Fartei-me. Se te estavas a divertir, também devia me divertir.

E fui. Apareci na cada da outra que tu tanto detestas. Fui sabendo que me tinhas avisado das intenções dela mas eu não estava a pensar direito, quer pelo álcool, quer pelas imagens que me passavam na cabeça, de te imaginar tu e ele, sem roupa. E eu ingenuamente aqui te esperando.

Mas não esperara. Tinha ido ter com a outra. E estávamos a beber ambos. Deixara cair o copo, partindo-se em mil e um pedaços e cortando-me todo a apanhar o que restava dele e o colocando em cima da mesa. Dentro do copo, o álcool misturava-se com o meu sangue e via simbologia naquele copo com a minha situação.

Quis lá saber. Dei um golo pela garrafa e agarrei a rapariga que tanto me queria e deixei-me envolver, justificando-me com o facto de estar bêbado e de sentir-me traído. Não me lembro dos detalhes. Lembro-me do prazer, algo que tu ultimamente não querias me dar. E senti-me ali, amado, curando as feridas por ti causadas.

Sabia bem que me traías. Pelo menos na minha cabeça o previa e no meu coração o sentia.
E decidi vingar-me. E a outra não se importava, lhe rasgava a blusa e despindo as calças.
Fi-lo, sem dó nem piedade. Traí-te e soube-me bem.

E voltei para casa ainda não tinhas chegado. Despi-me e tomei banho. Deixei-me ali ficar, de cabeça na parede, sentindo a água fria caindo pelo meu cabelo e corpo abaixo, magoado por ser traído e com remorsos de ter traído. Mas não me arrependo de o ter feito.

Olho por olho, dente por dente. Sabia que tinha-te de confrontar. Mas não naquela altura, apenas queria deixar-me adormecer debaixo daquele gelo frio líquido e mais logo falava-te.
Mas as coisas nunca voltariam a ser como dantes.

Arrependo-me apenas de duas coisas: de ter deixado ir ter com ele e de me ter deixado apaixonar por ti.

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