quinta-feira, 15 de outubro de 2015

As Silvas Arranham


Andamos nós caminhando sem rumo neste mundo buscando um sentido para justificar o nosso dia-a-dia aqui. Muitos optam pelo dinheiro, outros por passatempos e outros por amor.
Mas todos têm algo em comum: medo de se arranharem.

Sendo eu uma pessoa que não se guia pelo dinheiro ou por passatempos (embora os tenha, não faço deles o meu dia-a-dia), conclui-se que faço parte do último grupo: o grupo dos românticos e discípulos de São Valentim.

Mas como avisei anteriormente, partilhamos algo em comum. Partilhamos o facto de que para chegarmos ao fruto (por exemplo, as Amoras), temos de ultrapassar, sofrer, sentir a nossa pele e carne rasgada e castigada pelas Silvas e muitos de nós, não conseguem nem tentam esticar os braços e aguentar a dor, para chegar ao tão apetitoso fruto.

Porquê Amoras? Escolhi este fruto para fazer publicidade ao local de onde resido (Amora).
Porquê Silvas? Por dois motivos. O primeiro é o facto do meu segundo apelido ser Silva. E o segundo é o facto de muitas das raparigas por quem me apaixonei serem apelidadas de Silva.
O que justifica um pouco o facto de eu ter uma fantasia estúpida de manter a minha linhagem nos Silva Gomes e para tal, como os meus filhos adoptam como segundo apelido o último nome da mãe, sempre me senti meio inclinado a procurar alguma rapariga de último nome Silva.
Mas não faço disso um objectivo pessoal. Quem encontrar e quem me fizer feliz, terei o maior orgulho em juntar o meu apelido ao dela.

Continuando, as Silvas sempre são aquela barreira que se cria na busca da nossa felicidade,daquele fruto proibido mas apetecível, que se encontra no meio daqueles espinhos duros e frios que esperam pelos contornos do nosso corpo para nos flagelar e castigar e impedir ou dificultar que cheguemos até ao fruto.
Muitas Silvas e muitos espinhos estiveram no meu caminho e acreditem, as dores são enormes mas se pensarem no quão doce o fruto deve saber e no quão saboroso será prová-lo, depois de passarmos por um teste de resistência daqueles, onde superamos todas as dores e adversidades para chegar até ele, valerá bastante a pena enfrentarmos os espinhos das Silvas e agarrar os frutos delas.

Não digo com isto para tu ou eu nos atirarmos de cabeça para cima das Silvas em busca das Amoras. Não somos malucos nem masoquistas a esse ponto. Mas digo para respirarmos fundo e irmos devagarinho por entre essas Silvas, pensando sempre que o fruto é mais saboroso do que a dor que sentiremos. Que o fruto valerá a pena, após todos os sacrifícios que cometeremos pelo caminho. E que devemos ganhar coragem e dizer que hoje é o dia em que me apetece comer Amoras.

Arregacem as mangas (ou não), mas aventurem-se pelo meio dos espinhos e deixem os vossos desejos controlar o vosso dia-a-dia. E assim meus amigos, justificam a vossa presença neste planeta, seja para enriquecer, divertir ou simplesmente, namorar.
E se for preciso mais uma última frase, para servir de resumo, deixo-vos aqui esta: "Há males que vêm por bem" (Provérbio Popular).

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