Vim ter contigo.
Mas sinto-me gelado. Estou a dois passo de distância mas sinto-me como se
estivesse a dois continentes de distância. Vês-me mas finges não me ver.
Sentes-me mas recusas o meu toque. Entristeço-me e perguntas o que tenho.
Conto-te e abro-te o meu coração mas a tudo respondes "ok". E
regressas à tua indiferença, sabendo que era capaz de dar esses dois passos,
atravessar esss dois continentes por ti e sabes que me tens na palma da mão,
mas tens medo de amar, medo de arriscar, medo de atravessar este nevoeiro e me
encontrar e te perder por lá, comigo.
Oiço o meu coração a cair e
a partir-se em mil e um pedacinhos, por ser tão frágil, feito de cristal. Mas
no meio deste nevoeiro, não o vejo e não o consigo agarrar. E enquanto procuro
os pedaços espalhados pelo chão onde caminho descalço, despido, nu, tal como tu
me deixaste ao som do teu silêncio e da tua indeferença.
Sinto-me frio, a tremer, no meio deste tempo, a chover. Ou serão as minhas lágrimas? É igual: por ti já me habituei a chorar, a ser esfaqueado de frente, nas costas, sentido cada facada mais funda e precisa. Magoas-me, obrigas-me a abafar um grito mas não páras. Eu não te vejo no meio desta neblina mas sei que és tu. E aqui fico eu, deixando-me magoar, sangrar, me desequilibrar e cair, esperando pela tua mesiricórdia, esperando o golpe final, esperando que me dês paz.
Sinto-me frio, a tremer, no meio deste tempo, a chover. Ou serão as minhas lágrimas? É igual: por ti já me habituei a chorar, a ser esfaqueado de frente, nas costas, sentido cada facada mais funda e precisa. Magoas-me, obrigas-me a abafar um grito mas não páras. Eu não te vejo no meio desta neblina mas sei que és tu. E aqui fico eu, deixando-me magoar, sangrar, me desequilibrar e cair, esperando pela tua mesiricórdia, esperando o golpe final, esperando que me dês paz.
Acabo por me voltar a erguer sempre mas continuo em dores e volto a procurar-te, a desafiar-te a falar-me, a largar esse punhal e juntar-te a mim. Ou a acabares de vez comigo.
De qualquer forma, abriste-me o coração a ti. Cabe a ti rasgá-lo ao meio de vez ou de ajudar-me a apanhar os pedaços que caíram ao chão e guardá-los contigo.
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