Convidas te me a dormir debaixo dos lençóis, observados a manhã toda com a tensão no ar.
Nada fizemos, porque esperávamos o avanço do outro ou talvez mais por não termos o desejo espontâneo.
Era até ao almoço, depois seguia a minha vida. E no entanto aqui ando eu seguindo a tua rotina.
Fui contigo conhecer as pessoas e locais onde passas mais tempo, também fui a outros lado onde fiquei no carro esperando, sendo este um deles.
Admito que sinto desejo por ti mas nada fiz porque naquele momento eu queria uma manhã de amor do que uma sessão de prazer.
Queres que faça uma tatuagem, queres que faça parte da tua vida, mostraste me as tuas mágoas, dores e saídas.
Foste desarrumar mobília só para me mostrar os teus álbuns de família, desde tu pequenina até agora já crescida.
Esqueco me que és romântica também e que tens uma veia de poeta.
Podes sentir que não tens jeito para palavras e no entanto sinto tanto sentimento em cada letra que li que só me apetecia chorar e te abraçar.
Mas contive me. Porque tu não queres me demasiado perto, queres me apenas para mais um. E eu acho que não quero isso. Acho que quero algo mais. Mas nunca felizes são os meus finais. Apenas escrevo aqui pois sei que nunca irás ler. Se soubesses o que dizia, já me tinhas mandado dar uma volta pela linha
Ainda faço asneira e tu me reviras os olhos.
Tu sabes que te quero mas tens medo do que queres sentir.
Agarras te ao passado, a outro homem que juraste ser o homem da tua vida.
E eu tenho de respeitar e aceitar essa decisão. Não posso deixar de te dar razão.
Tenho de controlar a minha emoção, embora transpareça a minha desilusão.
Não contigo, não.
Comigo apenas.
Porque tu pediste para não me apaixonar.
E se eu não estou apaixonado, porquê fui dormir contigo e em vez de te chegar ao corpo quis chegar ao teu coração?
Sei que me vou magoar, a dor é lixada mas olha que se foda, mais uma dada fora da caixa. Nasci para amar, vivo para sofrer, não te consigo fazer apaixonar mas consigo me fazer desaparecer.
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