Prefiro amar e ser rejeitado do que nada sentir.
Prefiro sofrer do que nada sentir.
Não há amor sem dor.
Não há dor sem amor.
Não me arrependo do que faço.
Arrependo-me da dúvida, do medo, do "E se.?"
Arrependo-me da dúvida, do medo, do "E se.?"
Tenho dúvidas.
Tenho receio.
Tenho vários "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?" "E se...?"....
Vários, demasiados, repetidos, em coro e desafinados a alimentarem a minha insegurança.
O coração aperta de por sentir o pensamento doloroso a arranhar por dentro, a querer escapar, a querer rebentar comigo mesmo.
Sorrio para esconder-me a mim.
Sorrio mas não sou eu.
Eu não sorrio.
Eu escondo.
Eu escondo a verdade, omito a mentira, tapo a boca e fecho os olhos.
Custa-me ouvir o meu reflexo.
Ver ele a esticar a mão para o meu peito, baixar o olhar e ver o buraco que ali tenho deixado.
Levantar os olhos por entre o meu cabelo longo e espreitar.
Observar, contemplar, aceitar que à minha frente está aquilo que perdi.
Que troquei o meu ser pelo vazio.
Que aceitei a troca sem pensar duas vezes.
Que a aceitei sem pensar.
E olho para o vazio e vejo-me de coração mas mãos.
Vejo-me mais velho com a mão no ombro do eu mais novo enquanto ele me entrega o coração de volta.
Ele bem o tenta encaixar mas não cabe.
Cicatrizei.
Magoei.
Chorei.
Gritei,
Arranquei mais de mim que pode alguém imaginar.
Afasto-me de mim.
Afasto-me do que fui.
Afasto-me do que serei.
Afasto-me.
Não me reconheço ao espelho.
Foda-se o espelho.
Soco, soco, murro, murro, gancho, ganho, cotovelada, cotovelada, cabeçada e cabeçada.
Pedaços partidos voam.
O espelho sangra.
Eu choro.
Olho em frente.
Vejo-me a reconfortar a mim.
A dar um abraço forte eu mais velho ao eu mais novo.
E encosta a palma no espelho.
Corto-me, sangro mais.
Vejo vermelho, sinto-me azul, vejo-me branco mas sinto-me transparente.
O espelho cai e parte-se de vez.
Dele brota uma corrente vermelha.
Nos pedaços de vidro soltos vejo pedaços de coração, partidos sem remédio.
Os meus pedaços.
Tento os apanhar.
Corto-me mais.
Insisto.
Dói.
Insisto.
Dói.
Insisto.
Insisto.
A dor é passageira.
Eu sou um passageiro.
Eu deixo-me ir pelo momento de felicidade espontânea.
Daí não me preocupar com as consequências.
Daí sofrer.
Daí ter prazer.
Prazer em Sofrer?
Não, Sofrer por Prazer.
"As Long As There Os Love And Memory, There Is No True Loss".
Engraçado.
E dizem que heavymetal não ensina nada...
Será que ainda vou a tempo de aprender?
Diz-me...
Diz-me.
Diz-me!
DIZ-ME!!!!
IREI EU APRENDER?
A resposta é não.
Irei cometer os mesmos erros.
Irei fazer as mesmas asneiras,
Porque só assim me ensinei a amar.
Só assim me permiti ser amado.
Odeio-te Espelho.
Por mostrares tudo e mostrares o nada.
Por mostrares tudo e mostrares o nada.
Por dares esperança no futuro.
Por me dares orgulho no passado.
Por me fazeres ver que é possível.
Luta por mim.
Cola-te por inteiro de novo.
Cola-te...
Que eu vou fazer o mesmo comigo.
E juntos seremos felizes.
Juntos...
Prometo...
Prometo...
Não saias de mim.
Que eu não voltarei a abrir mão de ti.
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