Ruas vazias. Portas fechadas.
Janelas trancadas. Porquê que me encontro aqui? Dei o meu coração e não sei
onde ele está. Procuro-o, mas sem sucesso. Não questiono o desejo de encontrar.
Não pergunto o que suspirou nem o que ficou por dizer. Não afirmo que estou
numa rua sem sentido. Não estou perdido. Não me sinto perdido, nem sou
sem-abrigo.
Sinto-me bem para dizer a
verdade. Sinto-me feliz. Sei que muito está por fazer, mas muito, também já foi
feito e não posso mudá-lo. Fica escrito e não pode ser apagado. Percorro este
caminho sem virar para trás. Amanhã é um novo dia e quero ser capaz. Por tanta
coisa que sei, tanta coisa que errei, sei que voltarei a errar. Errarei, cairei
e voltarei a levantar.
Vezes e vezes sem conta,
simplesmente, porque o mundo gira, roda e não para. É assim a vida. Faz, cria,
aprende e torna a fazer e tornar a criar e torna a aprender e volta a fazer. Vezes
e vezes sem conta, porque se não fores tu, se não for eu, ninguém vai errar e
ninguém vai aprender. Sem aprendizagem, não há compreensão. Sem compreensão não
há amor, nem paixão.
Ruas cheias. Portas abertas.
Janelas destapadas. Porquê que me encontro aqui?...
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