quinta-feira, 23 de junho de 2016

Desencontro


Ruas vazias. Portas fechadas. Janelas trancadas. Porquê que me encontro aqui? Dei o meu coração e não sei onde ele está. Procuro-o, mas sem sucesso. Não questiono o desejo de encontrar. Não pergunto o que suspirou nem o que ficou por dizer. Não afirmo que estou numa rua sem sentido. Não estou perdido. Não me sinto perdido, nem sou sem-abrigo.

Sinto-me bem para dizer a verdade. Sinto-me feliz. Sei que muito está por fazer, mas muito, também já foi feito e não posso mudá-lo. Fica escrito e não pode ser apagado. Percorro este caminho sem virar para trás. Amanhã é um novo dia e quero ser capaz. Por tanta coisa que sei, tanta coisa que errei, sei que voltarei a errar. Errarei, cairei e voltarei a levantar.

Vezes e vezes sem conta, simplesmente, porque o mundo gira, roda e não para. É assim a vida. Faz, cria, aprende e torna a fazer e tornar a criar e torna a aprender e volta a fazer. Vezes e vezes sem conta, porque se não fores tu, se não for eu, ninguém vai errar e ninguém vai aprender. Sem aprendizagem, não há compreensão. Sem compreensão não há amor, nem paixão.

Ruas cheias. Portas abertas. Janelas destapadas. Porquê que me encontro aqui?...

Sem comentários:

Enviar um comentário