Perante este período ausente escolar, os dias tornam-se cada vez mais escuros e apertados, sem saber muito bem o que existe ao virar da esquina (não estou a falar de prostitutas ou algo assim). Acorda-se sem muita vontade de acordar mas com receio do que uma coma poderia fazer, fica-se por aquela fracção de segundo entre o dormir e o acordar, aquela fracção que por vezes coincide com os primeiros raios de sol a furarem pelos estores de uma persiana mal fechada e assim substituírem o despertador, que por estes tempos não encontra sentido de existência, reflectindo um pouco a inércia e a apatia que se verifica dentro destas quatro paredes que apesar de brancas, continuam a deixar-se envolver pelas sombras da noite ou até mesmo da depressão diária (ou aborrecimento sistemático) a que se é sujeito, contando as horas para quando se vai dormir, mesmo por vezes tendo acabado de sair da cama . . .
Sob um breve duche frio para acordar, refrescar mas mais importante para ligar o cérebro, tentam-se fazer planos para hoje, para o amanhã, para a vida, sabendo que a maioria deles esquecerei nas 1ªs horas e os restantes dificilmente correrão como esperamos. Mas insisto, pois dá-me alento e uma razão para sair da cama e poder enfrentar o dia, apesar de confundir-se as ruas por um deserto . . . .
E assim mantenho-me em casa, rodeado do silêncio e aconchegado num canto reconfortante da minha alma, em espera de uma luz, de um motivo para vestir calças para sair de casa e enfrentar o mundo ou apenas de uma mensagem dela para ter o dia ganho. Acho que é apenas isso que procuro: não uma vida de emoções, não uma vida social, não um futuro profissional, apenas preciso de companhia.
Durante anos vivi aventuras, tive os meus momentos, até ajudei todos em tudo o que me pediram (e continuarei a fazê-lo) mas sinto-me um pouco cansado e nestes dias de ausência de obrigações, sinto no meu coração e na minha cabeça, uma ausência de motivo para sair da cama durante o dia, a não ser para estar com quem de mim precisa.
Mas se ninguém necessita, sabem por onde me encontrar.
Até lá, irei despir-me de tudo o que eu sou e ficar aqui nu, à frente destas paredes, onde outrora eram preenchidas por um espelho, olhando para a parede e não me vendo, não me reconhecendo....
Até lá, irei despir-me de tudo o que eu sou e ficar aqui nu, à frente destas paredes, onde outrora eram preenchidas por um espelho, olhando para a parede e não me vendo, não me reconhecendo....
Anos passaram, sinto-me velho e ter um irmão novo a envelhecer depressa não ajuda, mas isto também não tem a ver com o post. Aliás, nem eu bem sei o que quero com isto tudo, apenas senti....saudades....de voltar a escrever. Sei que muitos não irão perder o tempo a ler, ou até evitarão cá vir ou até sairão a meio mas não me afectará.
Afinal sempre fui um lobo solitário, que não procura os holofotes da fama ou o microfone e o palco para falar para o público. Apenas procuro o meu cantinho fresquinho e claro o suficiente para ver o quê e quem merece que eu veja e que mostre atenção ou até mesmo indique sinais de vida . .. .
Até outro post mais tarde,
Agora com vossa licença, vou-me refugiar na madeira rectangular com o seu apoio de algodão e talvez fazer aquilo que há muito não faço: sonhar . .. .
Agora com vossa licença, vou-me refugiar na madeira rectangular com o seu apoio de algodão e talvez fazer aquilo que há muito não faço: sonhar . .. .
Beijos e Abraços,
(Original meu datado a 25 de Junho de 2013)
(Original meu datado a 25 de Junho de 2013)

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