segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Auto-Descoberta


Quando acordamos e nos olhamos ao espelho, o que vemos?
Vemos o nosso reflexo, a nós mesmos, o nosso interior, o quê em concreto?
Será que vemos um corpo, músculos, ossos, expressões faciais ou vemos a nossa alma, os nossos sentimentos, os nossos desejos e os nossos medos?

O que realmente vemos é uma réplica 100% exacta?

Seremos mesmo nós clonados a nos repetirmos ou seremos nós a réplica e imitarmos o que vemos no espelho?
Como temos a certeza que nós somos reais e quem vemos pelo espelho não?
Como podemos pensar que somos nós, só porque saímos da frente do vidro e continuamos a existir e quem lá estava do outro lado não?

Quem te garante que o teu outro "eu" não é real?
Pode o espelho ser uma realidade paralela e o espelho funcionar como um portal intransitável por causa do nosso outro "eu"?
Ou será que nós é que não o deixamos passar, colocando estrategicamente as nossas mãos nos sítios exactos onde ele as mete as dele, dedo por dedo?

Todas as feridas que vemos no espelho serão realmente nossas?
Todas as lágrimas?
O nosso sorriso?
O que será realmente nosso e o que pertencerá realmente ao nosso outro "eu"?

Alguma vez fizeram o exercício de aproximar o vosso olho ao espelho e verificarmos o que lá terá dentro?
Vemos reflectido pelo espelho o nosso olho, a conter-nos a nós, a ver-mo-nos ao espelho, etc, etc, etc,...

Somos apenas isso: um olhar no vazio.
Sem direcção ou emoção.
Vemos tudo e nada controlamos.
Apenas nos deixamos assistir a este filme longo ao qual denominamos vida.

E sempre que nos olharmos ao espelho e vemos o realizador e actor principal, seremos sempre confrontados com as questões:
Quem sou mesmo eu?
Realizador? Actor Principal? Figurante? Duplo? Plateia?...
Serei tudo? Ou serei nada?

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