sábado, 8 de outubro de 2016

Ligações Criminosas


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Nunca se deve voltar ao lugar do crime. Reconhecem-me mas nada podem fazer. Nunca fui condenado pelo crime. Faltaram as provas. As testemunhas foram descredibilizadas. Mas todos sabem e eu também. Eu fui o culpado.

Hoje em dia vou passando de novo pelo Banco. Existem os olhares suspeitos e o afastamento de alguns com medo de se virem presos nessa situação. Muito mudou desde há uns anos. O Banco em si tem um novo visual, uma maior tonalidade de cor e alegria mas também tem um maior e mais avançado sistema de segurança e claro, uma maior vigilância desde a última vez que fiz um levantamento não autorizado.

Sempre que reentro no Banco, sinto as câmaras focarem-se em mim. Como se eu fosse o único que existisse ali no átrio. Ignoram qualquer outra pessoa ou outro assaltante pois pensam que como já conheço os cantos à casa, voltarei a sentir-me tentado a realizar um novo golpe.

Existem mais Bancos e eu já tive a minha boa dose de riqueza extraída deste aqui. Mas este Banco será para mim sempre especial pois foi o primeiro onde iniciei a minha onda criminosa. Muitos Bancos surgiram depois onde nunca fui condenado por algo mas este Banco é o que mais visito.

Não sei se por saudade ou se por conveniência, uma vez que moro perto do Banco. Mas a justificação mais plausível seja o desafio. O desafio enorme que existe agora desta vez. Gosto de um bom desafio. Mas não preciso do dinheiro. Não preciso de arriscar de novo só por mais uns trocos.

Mas sinto-me tentado a fazer mais uma operação nocturna. Só pelo gozo em que me daria conseguir superar todo e qualquer dispositivo recentemente instalado para prevenir o acesso a pessoas como eu. Mas sei quando o Banco tem o reabastecimento de stock monetário. E sei que nestes dias tem alguns sistemas offline para manutenção.

A oportunidade certa é hoje à noite e tudo o que me impede são apenas dois sistemas de vigilância: Um conjunto de câmaras que é activa por sensor e os lasers que existem na antecâmara do cofre. Os sensores posso desligar do lado de fora e dá-me uma janela de uns minutos até aparecer algum vigilante e reinicie o sistema. Os lasers já é uma questão de agilidade e velocidade, pois não tenho a chave que desliga o sistema. Só o gerente e não me apetece invadir a casa dele só para cumprir uma fantasia estúpida.

Sendo eu um mortal pouco ágil e lento, devo arriscar e fazê-lo por satisfação pessoal? Ou devo manter-me na reforma? Um antigo colega de "profissão" já me apostou que não era capaz de resistir de ir assaltar de novo esse Banco. E eu apostei o contrário. Mas ambos sabemos que eu era capaz de o fazer sem ninguém saber.

A única dúvida é mesmo: Estou disposto a assumir o risco de ir preso (ou pior) por satisfação pessoal? Pelo gozo de continuar a gozar com o sistema de segurança do Banco?
Ou manter-me-ei nas sombras e apenas visitarei o edifício para depositar na minha conta, o dinheiro de que lá tirei?

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