quinta-feira, 7 de abril de 2016

Ilusões Aquáticas


Não o consigo controlar.
Eu estou normal no meu canto.
Mas sinto-me triste, lá longe de mim.
E começo a chorar.

Mas choro involuntariamente.
Gotas que não consigo reter.
Porque sinto que estás a chorar.
Ou pelo menos, sentes essa vontade.

Sei que não é normal eu chorar do nada.
De pensamento vazio e nenhuma dor latente.
Mas sinto que o meu coração sente uma dor externa.
E penso se não será a tua dor.

Então eu te procuro quando as gotas caem.
Eu te tento sentir perto de mim.
Mas não sei os teus contornos.
(Des)Conheço a tua pessoa.

E palpita-me que também vertes águas oculares.
Sem mesmo querer mas quando eu o sinto.
E sinto que tu também já pensaste em mim.
Mas não sei se me já procuraste.

E ambos vamos sentindo a dor um do outro.
Mas sem nunca sentir o outro.
Sentimos a dor que nos martela a alma.
Mas não nos vemos ou ouvimos.

Talvez um dia limpemos as lágrimas que partilhamos.
Do rosto um do outro.
Talvez nunca nos encontraremos.
E estejamos destinados a chorar sem razão ou emoção.

Mas continuarei te procurando.
Tentando te sentir perto de mim.
E sempre que uma gota de mim cair.
Saberei o que estarás a sentir.

Sinto a tua dor bem dentro de mim.
E por vezes oiço uma (tua?) voz.
A suspirar-me ao ouvido.
Mas ninguém se encontra por perto.

Mas lá vou caminhando.
E na esperança acreditando.
Que um dia haveremos de nos encontrar.
E quem sabe, juntos deixarmos ambos de chorar.

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