É Domingo de manhã. Dia de ir à missa.
Lá me vou levantar da cama.
Quando apareces e saltas para cima de mim.
E sussurras para o meu ouvido: "Hoje apetece-me pecar".
Perdoa-me Deus mas tenho de libertar o demónio que há nela.
E enquanto ela me espeta um beijo rápido.
Despe-me e despe-se e ordena-me:
Despe-me e despe-se e ordena-me:
"Fode-me e leva-me por maus caminhos"!
Quem sou eu para não sucumbir aos seus caprichos?
Coloco-me em cima e dentro dela.
Ela sente-me e eu sinto-a.
E não me contenho, dando-lhe o que ela tanto ansiava.
E ela crava as suas unhas nas minhas costas.
E me morde o pescoço, deixando marcas de sangue por onde toca.
Ela está possuída, não por um demónio mas por mim.
E planeio cumprir o seu desejo e levá-la para o fogo mais intenso que ela sentirá.
Sinto o sangue nas minhas costas a escorrer.
Enquanto ela crava cada vez mais fundo a cada investida minha.
E ela muda o jogo e coloca-se por cima de mim.
E ela usa-me como um trampolim enquanto me arranha o peito e deixa a sua marca.
Nunca soube o quão doloroso poderia ser o amor.
Mas apesar da dor, sentia-me excitado.
Entregue ao meu lado selvagem e a ela.
Enquanto me sentia cada vez mais fundo e fundo.
Ela queria mais e mais e eu queria-lhe dar toda a minha essência.
E peguei nela e coloquei-a contra o vidro da da varanda.
E enquanto por trás lhe dava com força.
Os vizinhos lá iam fazendo a sua vidinha lá em baixo.
Todos nos viam e ouviam mas nós estávamos noutro nível.
Estávamos entregues aos demónios que contínhamos.
E ela pedia para parar mas eu disse-lhe que não.
E ela atirou-me para a cama e exigiu que lhe desse tudo o que continha em mim.
E a puxei entre voltas e cambalhotas.
Dava-lhe tudo o que tinha e que não tinha.
E ela já suplicava por misericórdia de Deus.
Mas eu disse-lhe que ali ele não estava, só nós.
E ela sorriu e gritou o meu nome.
Uma e outra vez.
Até que o seu grito prolongado se findou em silêncio.
Assim que sucumbimos ao êxtase a que alcançámos e nos deixámos adormecer.

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