terça-feira, 10 de maio de 2016

Incertezas Tactuais

(Cliquem play e leiam devagarinho para vós. A história é minha mas podia ser facilmente vossa. E garanto-vos, que enquanto lêem, alguém aparecerá na vossa mente com o qual identificam estas palavras. Resto de boa semana, meus raios de sol).


Levaste-me ao passado. Sorriste outra vez para mim e fizeste-me recordar o dia em que nos conhecemos. O primeiro sorriso que me lançaste prendeu-me a teu lado e uma foto juntos era a única coisa que ainda guardava tua.

Até voltares a aparecer. Estás diferente, com novo penteado e vestuário. Mas mais crescida e imatura como sempre o foste. A nossa amizade manteve-se por este tempo todo e mantenho o nosso passado presente, para me relembrar o que é ser feliz, o que é saber amar e sentir-me amado.

Sim, longe vão esses tempos. Agora somos amigos e assim o prefiro. Brincamos mais, picamo-nos e gozamos as pessoas em nosso redor e até saímos juntos e provocamos ciúmes noutros casais. Mas não somos um. Estás comprometida e para mim é quase casamento e eu estou esperando alguém. 

Mas continuamos a falar, a sair e a nos tocar, entre abraços e beijinhos na cara. Continuamos a parecer um casal de pré-namorados, prestes a dar o passo decisivo. Mas não o daremos pois a nossa história já terminou e não acredito em segundas hipóteses.

Não resultou à primeira, não resultará à segunda e nem haverá terceira nem por aí além. Somos únicos e gostamos da companhia um do outro e temos carinho um pelo outro. E vejo-te como parte da família, como se fosses uma irmã para mim. 

E é assim que te quero para sempre recordar: irmã pequena, extrovertida e confiante, o exacto meu oposto. Sorrio porque sei que és feliz e sorrio porque ambos sabemos que um dia eu encontrarei a felicidade outra vez.

Mas ultimamente temos tido alguns momentos: as saídas com outros casais, as chamadas a meio da noite, as saídas depois do trabalho ou mesmo à noite, as idas a tua casa e os toques, beijinhos, abraços e picardias entre nós. E têm-se tornado cada vez mais íntimos, o que me faz afastar um pouco e nada te dizer.

Sei que te magoa mas não vou voltar a abrir a porta ao passado presente em mim para se tornar futuro. Não vou dizer sim. Não vou estar sempre contigo para te ajudar. E ambos sabemos que em breve vais embora de vez e nunca mais nos veremos e falaremos.

Ficarão lembranças da tua voz, do teu riso e do teu sorriso, mas o que mais guardarei de ti será sempre a nossa foto. Foi assim que começámos: uma foto onde mostra o nosso abraço e as nossas caras de felicidade e sorrisos. E assim acabou a nossa última saída: um abraço, um sussurro e um beijo na cara, em jeito de despedida, com um direito a um último sorriso.

És feliz e eu o irei ser com alguém. E quem sabe se esse alguém já não percebeu que também quer ser feliz comigo? Mas até lá, sabes que serás sempre bem-vinda a ligar-me ou a marcar um café que eu arranjarei sempre tempo para te encontrar e rirmo-nos de histórias do passado e do presente, enquanto deixamos o tempo voltar atrás e relembrarmo-nos da altura em que éramos crianças e que tudo era mais fácil, inclusive a felicidade.

Faz boa viajem, irmã.
Até qualquer dia.
Um beijinho na testa e um abraço forte.
Deste parvo que só te quer ver com um sorriso.


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