sábado, 2 de janeiro de 2016

Carta (Des)Enterrada


Decidi hoje fazer algo que não faço com tanta antecedência quanto devia.
Já andava a adiar isto há muito tempo.
E hoje obriguei-me a fazê-lo.

Decidi arrumar e reorganizar o meu quarto.
Para quem me conhece, sabe que tenho o quarto meio arrumado.
Porquê meio? Porque tudo o que uso e que planeio ainda usar, fica nas prateleiras à mostra, sem ordem aparente.
Mas pronto, decidi livrar-me do que já não iria usar este ano.
Papéis rasgados e escritos e rescritos, cartões, cadernos, livros rasgados e desfeitos com páginas em falta.
Ofereço objectos ao meu irmão mais novo, para que ele possa também ter parte da sua infância, como eu a tive.

E assim, fui reorganizando tudo.
Limpando prateleiras e apanhando o lixo, desfazendo-me do que não é essencial.
E estava prestes a concluir, quando deparei-me com algo muito semelhante à imagem.
Escondido entre livros e apontamentos, estava lá.

Uma pequena garrafa de plástico que tinha uma carta.
Uma carta datada de 29 de Julho de 2014 e assinada por mim.
Endereçada a ... mim. Ao "eu" de 2015.
Mas cheguei tarde à carta e apenas a vi hoje.

Não vou escrever vinte e quatro linhas de texto mas vou-vos fazer um resumo:

"Bom dia Filipe (digo bom dia porque o dia tem vinte e quatro horas e assim nunca erro).
Escrevo-te esta carta sem saber o futuro e espero não remexer em feridas (passadas ou futuras) mas é com inocência que te escrevo. Espero que as coisas entre ti e a Márcia estejam muito bem. Não digam que estejam casados mas que estejam noivos ou algo próximo disso.
(...)
Nesta altura, deverás estar a meio do teu primeiro emprego. Espero que esteja a correr bem e que estejas a juntar dinheiro suficiente para atingires os teus objectivos. De teres uma casa, um carro e tudo o que seja necessário para seres feliz.
(...)
Espero que aquela maluca da terra vizinha não te tenha chateado mais e que finalmente te tenha deixado seguir em frente.
(...)
Não sei se tens um plano de vida definido ou se continuas ao sabor do vento mas gostava que quando estivesses a ler isto, já tenhas alguns objectivos estipulados e talvez cumprido outros.
(...)
Bem, espero que consigas direccionar a nossa vida no caminho certo.
Abraços, Filipe Gomes de 22 anos".

Bem, já não estou com essa rapariga. As coisas não correram como planeado e talvez seja por causa disso que este blog tenha nascido. Para descarregar a dor e mágoas aqui.
Mas tudo acontece por uma razão e se não correu bem, é porque a mulher certa está por aí algures. Apenas tenho de manter os olhos abertos.

Nesta altura, não estou a meio do primeiro emprego. Acabei o meu estágio e assinei contrato com a terceira empresa que tentei. Sempre que disseram que à terceira era de vez. Pelos vistos, tinham razão. Gosto do meu emprego, fica numa boa zona de Lisboa (Baixa-Chiado) e tenho tempo e dinheiro para fazer o quiser. E como referi noutro texto do blog, planeio sair de casa este ano de 2016 e ir morar sozinho (ou com amigos). Portanto, aí vou bem-encaminhado.

Em relação à outra maluca, ela esteve afastada durante meses mas quando fiquei solteiro, ela reapareceu para voltar a torturar-me. Mas julgo que me consigo manter afastado dela, possivelmente definitivamente. Apesar dela por vezes ligar, já não ligo muito ao que ela diz e muitas vezes ignoro as chamadas e mensagens dela.

Plano de vida... Tinhas um mas envolvia ela passada. Agora tenho outro: ser feliz. Para isso, basta fazer duas coisas:
1 - Tratar todos como eu gostava de ser tratado.
2 - Sentir-me bem e feliz com as pequenas coisas, pois isso atrairá mais boas coisas e melhores. Eventualmente, poderá atrair mais boas pessoas.
E tudo isso, me fará feliz.
Ver os outros felizes e fazer o que me faz feliz. Apenas isso.

Portanto, seguindo esse caminho longo mas alegre, haverei de encontrar a felicidade que tanto me ilude e encontrarei pessoas dispostas a percorrerem esse mesmo caminho comigo.
E essas pessoas terão um nome para mim: Família.

Sejam elas amigos(as), família mesmo ou até mesmo, a mulher que queira fazer o mesmo caminho comigo, de mão dada e com um sorriso na cara.
Ser feliz.... Haverei de lá chegar.... Um dia...

Obrigado pelas memórias, Filipe de 2014.
Espero voltar a saber de ti em breve.
Abraço forte e sê tu também feliz, sem nunca te esqueceres de fazer os outros felizes.
Feliz Ano Novo para ti e para os teus.

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