terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Retrospectiva de 2019

Ola boa tarde a todos.
Aqui fala o Filipe.
Hoje não será um post melancólico mas um resumo do meu 2019.

Foi um ano de altos e baixos.
Consegui emprego e sobrevivi à catástrofe do stress de Dezembro e a sobreprodução que existiu, apesar de ter sofrido algumas mazelas, entre as quais vir com a cabeça em água para casa, de chegar e me deitar e dormir umas horas e de acordar sabendo que tenho um patrão hipócrita e que tem de ser eu a ensiná-lo a fazer o seu trabalho pois ele só complica é muitas vezes me pergunta como se faz o trabalho dele. Levo como um elogio.

Dá parte familiar, tudo bem.
Baptizados e o Casamento da terceira prima directa mais nova da família.
Primos directos que se faltam casar sou eu e o meu irmão mais novo.
Mas sem pressão. Não sou fã do casamento.
Antes que me crucifiquem e reclamem por eu ser romântico e não me querer casar, deixem-me explicar:
Eu não preciso de um papel a fazer de contrato de fidelização eterna nem fazer uma promessa de assinatura de contrato em frente a centenas de pessoas.
Basta dar a minha palavra e o meu coração à pessoa certa e vice-versa como é óbvio. Isso basta me.
Se ela quiser casar, também não a recuso esse desejo.

Quanto ao capítulo amoroso, comecei o ano em alta mas aconteceram peripécias que não valem a pena serem aqui faladas e decidi terminar a minha relação e seguir em frente. Digamos que não me sentia feliz e não estava capaz de viver assim diariamente. Eu mereço ser feliz e como tal farei o esforço de o ser. Devo isso a mim mesmo.
Como tal, fiz algumas escolhas duvidosas, mas no geral, olhando para trás, tudo acontece por uma razão e sei que o futuro será risonho, basta eu ter fé e confiança em mim.

Nestas últimas horas, vou passá-las na cama, uma vez que me sinto com febre, dores de cabeça e vómitos.
Não, não é de excesso de álcool.
Já ontem estava assim e hoje acordei igual mas como há trabalho a fazer e estou capaz de trabalhar, nem que seja em serviços mínimos, lá fui trabalhar para este frio e tempo que faz acreditar que ainda aparecerá o meu D. Sebastião.

Desejo os maiores e melhores votos de início, meio e fim de excelente 2020 e que a vida vos sorria. Que tenham tudo o que ambicionam pois acredito que se esforçaram muito para estarem onde estão e para obterem o que mais querem e este é o momento de realizarem os vossos sonhos. Quando digo este momento, refiro-me ao ano, não nesta tarde/noite de último dia do ano de 2019.

Quanto a mim, tenho alguns desejos e outros caprichos.
Gostava de os realizar a todos mas veremos.
Entre alguns, destaco:

* Ter a minha própria casa. É o principal desejo. Neste momento morando com os pais tenho uma refeição na mesa, não me preocupo com contas, é só trabalhar, comer e dormir. Vida simples.
Mas já ando há anos ara sair e o que me trava o desejo são os preços das casas ou mesmo das rendas e de não ter um contrato efectivo. Como as rendas vão aumentar em 2020 segundo Governo, estou curioso para ver como cumpro este desejo. Mas perguntam vós o porquê de eu não ficar aqui em casa mais uns tempos. A resposta é traiçoeira mas lá no fundo quero o meu espaço e privacidade. Quero poder chegar a casa às horas que quero, jantar às horas que quero e não ter de andar a correr pelos horários impostos desde 1999 ou antes, já nem me lembro.
* Encontrar trabalho a tempo inteiro fixo/efectivo. Este é fácil, neste momento estou num contrato de substituição de um colega que gozou a licença de paternidade em Julho.
O prazo acabou mas como nada disseram, o contrato por lei renovou nos mesmos moldes. O que me entala pois para arranjar casa preciso de um contrato fixo e é algo que não tenho neste momento.
Portanto, apesar de gostar do meu trabalho, se não houver mudanças, talvez terei de ver o que o mercado oferece.
 * Aprender a tocar guitarra. Sempre gostei e gostava de poder saber tocar algumas músicas. Tenho uma guitarra emprestada e vou tentando aprender mas sozinho parece que me vou abaixo. Não é fácil mas vi que tenho algumas escolas musicais perto de casa. Portanto, talvez me obrigue a aprender a tocar, já que o desejo estava lá, vamos lá. Saber não ocupa lugar. E também era óptimo ter algo meu instrumental a interlaçar-se com as minhas letras.
* Dois gatinhos. Bem, cada vazia arranjada. Mas era só eu. Arranjar um gatinho era porreirinho pois teria companhia e adoro gatos. Mas só um ele iria sentir-se sozinho quando eu fosse trabalhar. Daí dois gatos, fazem companhia um ao outro.
* Escrever mais no blogue. Aqui sinto que estou em divida para convosco. Como tal, vou tentar escrever algo diariamente. Seja post ou seja algo diferente, tentarei deixar aqui conteúdo para vos entreter e fazer pensar.
* Escrever novo livro. Pensei muito durante estes meses, ouvi alguns pedidos e talvez esteja na hora de me aventurar no mundo editorial e faça uma nova história. O primeiro livro continua a ter o seu pequena sucesso (Guia para Azarados, disponível em Chiado Editora), talvez um segundo não fosse má ideia. Não gosto do facto de escrever para vender. Não o faço nesse intuito. Apenas gosto de ver os meus projectos em capas mais duras.
* Voltar ao Wrestling. Será difícil mas se sair de casa, não terei desculpa.
Sempre gostei e sempre quis ser um desportista deste género. O problema seria o estado da minha discoplatia aguentar os treinos e também de eu saber dar cambalhotas e mortais, com 130kgs em cima...
Exagero mas iria ser puxado.
* Encontrar a Pessoa Certa. Está última provavelmente será difícil.
Se encontrar a pessoa certa, significaria que a minha contribuição para o blog chegaria ao fim. Vocês sabem que só consigo ou só tenho jeito melhor dito para acontecimentos mais tristes ou no espectro infeliz da vida. Apaixonando-me contraria o propósito do blog, que serve de libertação de qualquer dor, mágoa, tristeza, lágrima, raiva, grito, berro ou mesmo fôlego. Mas nessa eventualidade terão o senhor Alexandre aqui que vos conseguirá tocar na mente com as palavras dele. Sendo assim, não há entrave a namorar de novo e ser feliz. Veremos se encontro alguém ao meu nível. Não falo de altura embora prefira alguém com quem possa olhar olhos nos olhos sem ter de andar com uma escada atrás.
Enfim, só digo parvoíces. Mas gostam assim de mim na mesma. Só quero na realidade alguém que me compreenda, que me aceite como eu sou e que me permita fazer parte da sua vida, não como segunda escolha, não como ajudante mas como parceiro em crime, para o que der e vier.
* Pintar o cabelo de loiro.
Talvez seja loiro escuro e não oxigenado e apesar de simulações correrem mal, sinto-me tentado a despejar um frasco de água oxigenada no champô que uso. Mas provavelmente iria afastar muita gente.
Mas tendo uma barba mais ruiva que morena, talvez não ficasse mal, desde que nunca cortasse a barba.
Mas são ideias mirabolantes... Que posso fazer ou não este ano que vem.

Espero que sejam todos vós felizes à vossa maneira, que tenham as maiores felicidades e que cumpram os vossos sonhos e claro, que os vossos inimigos sofram.
Pois este é o Nosso Momento de Sonhar. O Nosso Momento de Triunfar.

Um carinho especial para quem me é mais próximo e para quem eu considero família, seja de sangue ou de água, e para quem eu sinto que me acompanhará nesta minha viagem que é a vida.

Portem-se mal.
Beijinhos e Abraços.
Filipe Gomes.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

De Volta Ao Poço



Splash splash splash.
Frustração toma conta de mim. Já não sei quanto tempo passou, se dias, se horas ou se meros minutos.
Tempo torna se relativo e eu conformado. Ainda luto mas começa a haver cãibras, cansaço.
Chorar não ajuda, só aumenta o nível da água. E a Elsa e o Fabien vieram em má altura.
É o que dá gostar de andar à chuva. Bastou um rajada de vento mais forte e foste ao chão e a água te levou até a este poço onde te encontras,
Preso, vês o céu cinzento por cima de ti. Esperas que volte a chover para a água subir e tu poderes sair. Não tens pé mas tens estado a tentar te apoiar na parede circular mas sem sucesso.
Queres tanto escapar, desejas tanto fugir e voltar a estar no conforto da cama, no calor do edredão e no apoio eterno da almofada.

Acorda, não podes aui adormecer. Cansaço não pode vencer. Há que lutar. Ao menos se passasse alguém. Com este tempo ninguém passa e acho que não tens voz mais para falar quanto mais pedir auxílio.
Queres tanto escapar deste buraco que cada vez mais parece que a entrada está a afastar se.
Bolas, o corpo está a ficar hipotérmico. Estou a ficar pesado.
Mal sinto as mãos e as pernas. Será que ainda tenho pernas? Não me ponderei a hipótese de haver algo aqui comigo em baixo.
Não, não é bom entrar em paranóia.
Nunca mais chove, só faz nevoeiro e frio.
Telemóvel não funciona. Já teria chamado alguém para me salvar.
Mas se nem isso dava, uma musiquinha para entreter e dançar podia ajudar, nem que fosse distrair.

Vasculho os bolsos, pasta de papel e mais papel. E algo remanescente de um barco de papel. Endireito-o melhor que posso e coloca a flutuar. Ele oscila pelas ondas por mim criadas mas acaba por se afundar devagarinho e desaparecer sem deixar rasto de que existiu. Será que existiu? Existo eu? Não serei eu um pensamento solto numa mente alheia?
Se calhar é isso, é a outra pessoa a apagar-me da sua existência. Se nada fizer, também irei sucumbir por baixo deste  lençol aquático.

Poderás salvar-me?
Por favor, salva-me...