segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A Felicidade da Infelicidade

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Sabem quando uma pessoa está no limbo? E não falo de passar por baixo de uma barra numa festa havaiana (pizza de ananás, alguém?).

Quando nem estamos felizes nem infelizes. Quanto não estamos felizes o suficiente para sorrir mas o suficiente para não chorarmos num canto.

Talvez o melhor exemplo seja a fase mais funda do ciclo de namoro.

Olhando para qualquer pessoa que vai à pesca. Prepara tudo no dia anterior, a roupa, o chapéu, o jornal, mantimentos para quando dá a fome ou sede, atesta o carro, coloca o despertador bem cedo e lá vai ele para o meio do nada, envolto no silêncio e na paciência, paciência...

Não sabe há quantas horas ali está debaixo daquele só, isolado do resto do mundo. Só ele e a água se encontram ali. E tal como na fase que disse, ele tão pouco sabe se vai encontrar peixe ou se volta de mãos a abanar.

Uma coisa é certa, ele virá desgastado para casa, cansado e cheio de dores de cabeça. E se tive apanhado peixe, ele esquecerá o tmepo que demorou, esquecerá as dores e o cansaço que tem, pois naquele dia, sente que mereceu o peixe por toda a preparação e paciência que teve para o apanhar.

Como num namoro, levamos tampas e tampas (claro, gente bonita tem logo um sim antes de perguntar algo, que não é o meu caso) mas no momento em que meses passaram e obtemos um sim, esquecemos todos os peixes que falhámos em apanhar, todas as dores, todo o cansaço e todas as botas de borrachaque pescámos por engano, pois tudo se resumiu àquele momento, àquele sim.

E esse sim vem, a partir do momento em que no fundo do do coração dissermos que já chega de dor, respiramos fundo e preparamo-nos para um jogo de paciência, em que quer queiramos acreditar ou não, iremos obter um sim. Vai demorar, não digo o contrário, mas ambos sabemos que valerá a espera.

Abraços.
Paciência e Preparação.
Mas especialmente Paciência.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Lá aparentar, aparenta...

Seja qual for a cerimónia religiosa ela está lá, podendo até ser a primeira a chegar. Não há missa a que não vá, e quando não há, vai à aldeia vizinha assistir às lições católicas e morais que o padre recita por obrigação e não por devoção.
Quando todos os dias, passa aquela grande porta dividida em duas, que separa o mundo de Deus e a realidade terrestre, deixa de ser a Francisca devota da coscuvilhice num banco de jardim e torna-se Sr. D. Francisca a mais devota da Igreja Católica, que não perde nenhuma oportunidade para entrar em contacto com Deus que, diz ela, a tem em grande consideração e já tem um lugar reservado para a sua alma santa, perto do seu trono onde comanda todos os terrestres, que com uma excepção marcada na sua pessoa, não passam de uns pecadores que estão destinados a ficar presos entre dois mundos, arrastando as suas correntes.
O que ela esquece quando interioriza a personagem de mulher santa e perfeita é que o seu querido Deus vê quando ela está na casa da melhor amiga, metida com o marido da companheira religiosa, que também vê quando ela deseja mal aos outros ou quando passa horas a falar mal e a querer saber tudo o que se passa na vida dos seus vizinhos. "Não preciso de me confessar", diz ela, pensando que sendo uma pessoa da Igreja é uma santa.
Casou-se por motivos externos - dinheiro - ambicionava ter uma grande casa e muitas posses para se poder afirmar perante os outros. Quando lhe pedem ajuda, diz não ser mãe de ninguém.
Segundo a sua pessoa, tudo o que tem foi obra de Deus e ela não pode ser responsável por nada, claro que com excepção das coisas "boas" que diz fazer, às vezes sem chegar a fazer, pelos outros, aí já é porque é possuidora de um enorme coração.