quinta-feira, 8 de junho de 2017

Palavras Que Nunca Te Direi

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Lembram-se de eu ter falado já por uma ou duas vezes sobre a minha chefe?

Bem, consegui arranjar uma espécie de pré-aviso de possível despedimento. Bem, vejamos como um ultimato para mudar ou andar.

Bem, eu admito que contribui muito para esta situação e que talvez mereça este puxão de orelhas.
Agora ninguém quer saber o porquê. E francamente, se explicasse o porquê destas coisas terem acontecido, não me levariam a sério, continuava a haver o puxão de orelhas mas o assunto era varrido para debaixo de algum tapete e a minha chefe iria ficar no mínimo ofendida mas provavelmente para a senhora de desclasse que é, estaria neste momento a enviar CV's em casa.

Não haveria dinheiro mas não haveria dramas e stress. E ainda teria uns dias de caminha. Porque muito embora o mercado esteja difícil, está mais fácil de encontrar emprego. É preciso é safar-me nas entrevistas e não dar confiança a ninguém. Tratar os colegas de trabalho como colegas e não como colegas/amigos/família, pois isso é o pior.

Porquê? Porque num mercado de trabalho difícil, frequentemente é tratado como se fosse uma selva e só os mais fortes e astutos sobrevivem. Então sendo eu uma pessoa emocional e sendo eu alguém que pensa com o coração, abre-se facilmente aos outros, praticamente estico um tapete vermelho de boas-vindas para me virem usar e apunhalar por trás. Pois mesmo com este tamanho convite, ninguém tem coragem do fazer na cara e preferem esperar uma distracção.

Bem, algumas queixas que foram enumeradas contra mim e lidas à minha frente, com a minha chefe a cinco passos de distância a trabalhar e ouvir tudo:
_ Queixam-se, todos no geral, que passo muito tempo noutras secções, no computador na net.
_ Queixa-se a minha chefe que lhe respondo mal.
_ Queixa-se ela que não faço o que me pede.
_ Queixa-se ela que estou sempre a responder mal/contrariado.
_ Queixa-se ela que tem de pedir duas ou três vezes para eu fazer algo.
_ Queixa-se ela que não tenho motivação.
_ Queixa-se ela que tenho mau comportamento/má educação.
_ Queixa-se ela de que não lhe conto as coisas da secção ou que interferem directamente nela.
_ Queixa-se ela que eu assino coisas e mando em meu nome, que são dela.
_ Queixa-se ela que não tomo iniciativa.
_ Queixa-se ela que passo muito tempo no telemóvel e no meu pc pessoal que aqui trago.
_ Queixa-se ela que faço as coisas e não lhe digo quando acabei, para estar a brincar.
_ Etc...

 Ouvi as queixas todas sem proferir uma palavra e sem tecer comentários ou mudar expressões. Quis colocar as cartas na mesa, todas elas. Mas como já expliquem em cima e como faço referência noutros posts, os laços entre patrão e chefe são mais fortes que qualquer hipótese de razão que tenha. Não pedi desculpa mas tomei humildade de reconhecer esses factos e concordei em melhorar. E o patrão ficou feliz com tal decisão e deixou-me ir trabalhar.

Agora, o que eu não sou capaz é de atirar alguém para baixo do autocarro, de ir fazzer queixinhas de algué que tem o dobro da minha idade e que já tem idade para ter noção de que está errado. Mas o ego deve doer tanto. Não sei o que isso é mas espero nunca ter dores lá, porque dá a sensação que são demasiado dolorosas para estar de boca fechada e parecem durar muito tempo.

Tenho a dizer que sim, fiz tudo aquilo a que as queixas se referem. Mas porquê o fiz, ninguém perguntou. Mas eu conto:

_ Queixam-se, todos no geral, que passo muito tempo noutras secções, no computador na net.
Passo no ínicio da manhã e da tarde, enquanto andam todos a tomar café e a falar de outros assuntos e ainda sou capaz de descer para o meu lugar antes de todos irem trabalhar. Se alguém me pede o pc, eu ofereço o lugar e vou para a minha sala sem problemas. Nunca me apropriei do computador da companhia e ninguém pode afirmar que não deixava ninguém trabalhar. Engraçado, reclamavam de não ir lá acima mas agora que vou e socializo e vejo as novidades da bola ou assuntos particulares enquanto falo, queixam-se nas costas. Se não vou, vão voltar a dizer que sou antissocial.

_ Queixa-se a minha chefe que lhe respondo mal.
Respondo mal às pessoas por dois motivos: Ou quando durmo mal e estou rabugento mas rapidamente peço desculpa. Ou porque me falam mal para começar. A primeira anda controlada. A segunda é difícil dobrar a língua quando me dizem que nada faço e que sou incompetente quando vejo ela a falar a manhã toda com a empregada e à tarde, apertada de tempo, dá-me o trabalho que não gosta ou que acha ser inferior (fotocópias, arquivo, correio para a rua) e que tenho de ter pronto em tempo recorde. Acho que nem mesmo Usain Bolt fazia isto tão rápido. Quando peço explicações de determinado tema, porque se faz assim ou porque não se pode fazer doutra maneira - que por vezes sugiro - ela diz simplesmente que não, que tem mais anos de casa que eu de vida e manda-me fazer como ela quer. Basicamente um cala-te e faz. Isso não é o mesmo que tratar-me como cão/escravo com essa atitude e maneira de falar?

_ Queixa-se ela que não faço o que me pede.
Porquê não faço o que ela pede? Ou porque talvez falte cinco minutos para sair e ela dá-me isso e fica na conversa com o marido/empregada/amigas. Ou porque dá-me e vai às compras. Ou porque me dá e em seguida sai e fica a falar o tempo todo com a recepcionista, dizendo que vai ao w/c. Até pode ir mas ninguém demora quarenta minutos ou mais a ir ao w/c. Só se a casa-de-banho for a de casa dela, indo e votando ela. Óbvio que não. Se ela não faz porque está ocupada, posso e terei de fazer. Se não faz por preguiça, então acalme-se que faço devagar. Em metade das vezes, é porque tenho outro trabalho em cima urgente e tenho de largar porque ela está ocupada com trabalho e dividiu o dela. Eu tenho tudo orientado para durar o dia todo e estar tudo feito a tempo e horas. Ela como passa a manhã na palheta, fica apertada de prazos e manda-me trabalho. Claro que não faço tudo ou faço tudo mal. Claro que reclama que não faço o que ela pede.

_ Queixa-se ela que estou sempre a responder mal/contrariado.
Porquê respondo mal? Eu sou uma pessoa simpática e paciente. Mas já estou cá há mais de dois anos e como tal, sei reconhecer tretas antes de mas dizerem. Como por exemplo dar-me trabalho porque está super atrapalhada, quando eu sei que ela passou a manhã toda a ver viagens de avião para destinos prováveis das próximas férias dela. Dá vontade de recusar trabalhar mas depois a culpa é minha. Sou pago para trabalhar. Ela para viajar. 

_ Queixa-se ela que tem de pedir duas ou três vezes para eu fazer algo.
Ou porque estou ocupado ou porque estou noutra divisão ou porque estou no w/c ou porque não estou no lugar e deixa-me trabalho sem saber o que tenho de fazer. Acho piada. "Filipe, já está?", "Filipe, ainda demoras?", "Filipe, falta muito? É que Espanha está a apertar comigo". Se Espanha está a apertar contigo, faz tu. Já tenho o meu trabalho, que infelizmente é fazer trabalhos que o meu irmão de dezasseis anos faria de cor, sem precisar de explicação e que tu recusas fazer, só porque sim. Aliás, qualquer sem abrigo faria o que ela pedia. Se estou ao telefone, seja ou não trabalho, já grita de longe e liga e tenta interromper para perguntar se já fiz ou para me dar algo a fazer, quando claramente venho para o emprego brincar. Começo a pegar nas caixas de encomendas, fazer um castelo de cartão e ela ser um dragão. Ou começar a trancar a porta e ela que bata à porta. Só que ela se recusa a sair do lugar, sendo preciso por exemplo, sair do meu lugar, caminhar trinta passos e dar-lhe uma pasta que ela pede, que está a cinco passos dela. Para comparação, eu peço um favor, ela diz que não sabe, ou não tem tempo e depois vai lá para cima passar o tempo na conversa enquanto eu trabalho no meu trabalho e no dela. Ah enganei-me, queria dizer enquanto não faço nada e brinco, enquanto ela está atarefada e sem tempo. Desculpem, telemóvel novo. Auto-corrector estúpido.

_ Queixa-se ela que não tenho motivação.
Preciso de explicar esta? Se ela não faz algo porque acha degradante e logo a seguir dá-mo para fazer, devia ficar feliz por fazer um trabalho degradante? Se andei a estudar durante anos, paguei riquezas para ter um papel a dizer que sou licenciado e o que ela me dá para fazer são fotocópias, correio e arquivo, enquanto ela trata de pagamentos a agentes, nomeações, conversas com Madrid e Sevilha, pronto aquilo que é efectivamente trabalho e não o papel final de resumo dessas situações, que fotocopio, digitalizo e arrumo cada copia nas pastas de trabalho do processo e do trimestre. Mas pronto, devia estar grato por ter um trabalho e não estar no desemprego. Por uma licenciatura, onde queimei pestanas, dinheiro, vontade e neurónios, que me dá acesso a trabalhar com uma fotocopiadora. Isto deve ser o sonho de qualquer português. Deve ser porque ela é açoriana, logo não conta. Mas pronto, devo estar grato por estar aqui a fazer isso e não como era no início, onde apenas fazia tudo a meias com ela, sem dificuldade e com muita rapidez e gosto. Ainda bem que ela tirou-me essa carga de trabalho extra interessante e deu-me algo básico e fácil de fazer como arquivo e fotocópias. Ainda bem.

_ Queixa-se ela que tenho mau comportamento/má educação.
Nem todos nascemos ricos. Nem todos casamos ricos. Eu digo com isto mau relacionamento com ela, de não haver diálogo. Mas como uma pessoa assim, vale a pena dialogar? Que remédio, não é? Agora mais uma para juntar: eu chegava primeiro e acendia as minhas luzes e como não estava na hora, mais nada ligava do departamento. Às vezes chegava tão cedo que nada ligava e ia dormir na minha sala mais uns minutos (com despertador claro). Ela mandava vir que não ligava e que se já chegava tinha de ligar tudo para anunciar que o departamento já estava operacional. Óbvio que não estava, pois ela é que tem acesso aos e-mails da companhia e ao trabalho. Quando chego depois dela, está tudo ligado e operacional, menos a minha sala. Continua de luz apagada e sem vida. E como não tem janelas, se não se abrir a porta quando se chega, é um bocado quente demais para meu gosto e ainda se snete aquele cheiro a velho. Há quinze anos trabalhava ela aqui nesta minha sala. Deve ser disso se calhar. Quando lhe confrontei porque não acende as luzes, ela diz que não acende porque não sabe se venho ou não. O que é uma boa desculpa, se não fosse o facto de quando preciso de faltar (por férias, doença, atrasos ou outros), tenha de lhe pedir autorização quase três dias antes e não pode calhar num dia em que ela falte pois a secção não pode ficar vazia. Portanto, muitos dias já vim trabalhar doente e com fortes dores de cabeça e tonturas por causa disso. Mas eu sou mal-educado. Apenas não lhe chamo nomes porque sou muito inocente. Eu posso ter os meus stresses familiares, mas algo que ninguém me pode acusar é de falta de educação. Falta de respeito? Talvez mas o respeito não se dá por serem mais velhos. O respeito ganha-se e merece-se. E ela merece o respeito de mim ou de ti, caro(a) leitor(a)? 

_ Queixa-se ela de que não lhe conto as coisas da secção ou que interferem directamente nela.
Se me pedem a mim e pedem secretismo, nada digo. Não sou de atirar alguém para debaixo do autocarro e se não vem ao nome dela, nada tenho de dizer. Mesmo que seja trabalho, o bom disto é que se alguém está a fazer algo, a outra pessoa não pode fazer depois o software só permite uma pessoa trabalhar em determinado processo de cada vez. Ou seja, se tenho o processo Alpha aberto, ela não consegue aceder a ele, portanto nunca havendo risco de fazermos ambos o mesmo. E como ela recebe a maioria do trabalho, ela sabe de tudo. Agora há muitas situações em que ela sabe de coisas e não me conta e eu é que tenho de ler a mente, pois se assim não for, dá asneira, faço erros estúpidos porque ela nada diz mas depois defende-se e diz que me disse, o que é maioritariamente mentira, na normalidade do dia-a-dia com ela. Engraçado. O patrão diz que ambos dizer as coisas um ao outro mas na prática, eu nada posso saber e ela tem de saber tudo. Afinal, quem é que não conta ao colega as coisas?

_ Queixa-se ela que eu assino coisas e mando em meu nome, que são dela.
Fiz isso algumas vezes, porque não eram trabalhos que requeriam o nome dela obrigatoriamente e na altura avisou-me para não o fazer mas sem explicar porquê. Quando voltou a acontecer essa situação, o patrão disse-me que só podia ser ela, pois é uma questão de lei pois ela está inscrita na Associação de Seguros, como representante da empresa e eu não. Entendido e não o volto a fazer. Agora quando são coisas de foro interno e que é para trocar entre colegas, se faço as coisas, assino eu e assumo a responsabilidade. Pelo menos deveria ser assim mas não. Ela tem de assinar tudo para assumir o trabalho (quase dá a parecer que foi ela que fez) e se alguma vez está mal, levo na cabeça por ter feito mal e ela desculpa-se ao destinatário dizendo que fui eu que fiz. Ou seja, quando está bem, ela fez. Quando está mal, eu fiz. E como na maioria das vezes (porque me engano, é normal, é humano) está bem feito, ajuda a passar a imagem que nada faço e que venho para aqui dormir. Imagem que ela não apaga pois eu faço as coisas mas ela agora diz que nada faço mesmo e passo o tempo no telemóvel. Engraçado que só diz isso desde que mudei de telemóvel há um mês. Antes, como tinha um nokia da idade da pedra (um iPedra, se quiserem-lhe chamar), nada disso dizia. Mas como passo algum tempo com ele, ela faz queixa que só estou no telemóvel. Mas vamos ignorar ela estar a manhã toda em chamadas particulares diariamente e ter o trabalho em atraso e eu conseguir fazer tudo e estar tudo pronto a horas e ter tempo para verificar se recebi algum e-mail ou alguma novidade pessoal. Mais uma vez, ela pode, eu não.

_ Queixa-se ela que não tomo iniciativa.
De todas, deve ser a que mais me põe a rir internamente. Sou eu que "voluntario-me" para tirar fotocópias, digitalizar, arquivar. Dossiers que ela faça tenho de ser eu a fazer os títulos a computador e com imagens. Os processos também, pois por ter alguns escritos à mão por não haver tinteiros por uns tempos (culpa dela. Não sou eu que tenho de controlar uma impressora que está na sala dela), ela manda vir porque o patrão não gosta e ela não consegue ler. Pessoal, eu escrevo assim como estão a ler. Não entendiam se fosse a tinta em vez de tinteiro de um caneta azul ou preta da Bic? E se ela faz os processos (pois, é ela que os faz), porque não faz elas as etiquetas dos títulos? Ah, esqueci-me. É um trabalho difícil que só um licenciado consegue fazer. Entendo. Agora a sério, eu tomo iniciativa. Se não fosse eu a pegar nas propostas de manhã, analisá-las e lançá-las em umas horas, ela olhava para elas e nada via e dava-mas quando faltasse uma hora e pouco para sair. Ou seja, tenho de acelarar e ver apressadamente e bem para não cometer erros. Se não lançar a horas, levo na cabeça. Se lançar com erros, levo na cabeça. O que faz ela, pergunta um de vós, durante esse tempo? Está lá em cima na conversa ou em chamadas. Sim, a sério, ela está muito tempo nisso. E é quando não há promoções na Baixa ou no Chiado. Aí, ela vai passear e às compras. Ela queixa-se é que não tomo iniciativa para tirar fotocópias ou para fazer envelopes de correio que ela está tratando ou para levar as coisas ao outro departamento quando ela as faz. Uma vez disse que já me mandava a mim ir lá entregar as coisas. Ficaram na minha mesa pois estava ocupado. Ela lá foi entregar chateada e nada mais me disse. Quando fui lá em cima por outros motivos, perguntaram-me se ela tinha algum problema em subir escadas ou se lhe fiz algum mal, para ela ir mal-humorada entregar as coisas. Ou se era sempre que ia. Eu disse que normalmente, ela fazia, dava-me, parava tudo e ia lá entregar. E qualquer um dizia que estava então a ser um criado pessoal dela. A última foi ela beber água mineral da máquina mas nunca trocar o garrafão quando esvazia. Só quando eu vou encher a minha garrafa e vejo aquilo vazio é que eu troco. Pensei que fosse aleatório mas há dias vi que ela esgotou aquilo e não trocou. Então percebi que ela não queria. Então meti a garrafa no lixo que usava e nunca mais rodei. Quase uma semana depois, lá ela meteu as mãos naquilo e rodou sozinha, chateada.
Mas a moral dela é: eu não tomo iniciativa. A frase completa é: eu não tomo iniciativa em coisas que ela não quer fazer por achar que são inferiores a ela, desde fotocópias a tirar pastas do armário dela.

_ Queixa-se ela que passo muito tempo no telemóvel e no meu pc pessoal que aqui trago.
Já disse esta ali acima. Quando tinha o nokia, não havia problema. Eu recebia chamadas e sms e respondia. Agora como tenho um smartphone, ela manda vir que estou sempre nele. Lógica? Ela sempre disse que podia atender e responder sem problemas e agora já não? E ela passa o dia todo no dela nas chamadas para a empregada de casa ou para outros assuntos triviais não profissionais. Eu não me chateio e não me importo. Agora se eu não posso, ela não pode. Enquanto ela usa o telemóvel, eu também o uso. E outro dispositivo é o computador. Eu comecei a trazer o meu portátil de casa porque era preciso um computador com acesso a pen (o do trabalho tem as portas usb desactivadas e não temos permissão para as activar) para criar ficheiros que são precisos esporadicamente no trabalho e passar de pen para outro pc. Como não tem Acess os pc's e muito dos softwares usam Acess, dá jeito ter isso de fora. Adivinhem quem tem um pc com acesso a pen e a internet, algo que aqui não tenho? Ela. Tem um pc para verificar estatutos e modificações de regras na Associação de Seguros, bem como receber e-mails que podem ajudar ela ou a mim em algumas situações. A mim, esses e-mails chegam um a dois dias depois. A ela, imprime logo na hora e eu não tenho ordem de tocar no computador. Há uma semana, pediu-me se podia levar o computador pelo fim-de-semana para o filho fazer a tese enquanto o dele que se tinha estragado estava a ser arranjado no fim-de-semana e só estava pronto na segunda. Queria dizer não e como ela era rica, que comprasse um computador para estas situações. Mas sou demasiado boa pessoa. Disse que sim, que podia levar, que estava sempre na gaveta destrancada. Acabou por não ser preciso. Agora já é um problema ter cá o computador. Mas quando o levar para casa e ser preciso aqueles ficheiros, digo que não há computador e que arrange outra solução que o meu computador pessoal deixou de servir. E ela diz que fico aqui a jogar e a ver videos na net. Agora eu pergunto: o pc tem mais de onze anos, a placa de som não funciona, não tem nada instalado, é lento, não tenho acesso à internet. Mesmo que traga filmes, o Media Player não funciona pois o pc não consegue abrir videos. Dá erro, não sei porquê. Tem muito menos de um gigabyte de memória ram e sobreaquece facilmente, o que o leva a desligar-se muita vez. Eu pergunto: que filmes, que internet ou que jogos poderei aqui ter? Só o solitário, que vou jogando às vezes para não ter de aturar e ouvir as chamadas delas entre gargalhadas sobre se alguém comprou um carro nome ou viajou à China como ela.

_ Queixa-se ela que faço as coisas e não lhe digo quando acabei, para estar a brincar.
Isto no sentido de nada querer fazer. Há dias assim. Que engonho um pouco para não fazer mais nada e sair para casa. Mas há dias. Nos outros dias, faço as coisas e quando lhe pergunto se já chegou algum e-mail para mim ou se posso fazer, a resposta é negativa. Portanto, se estou a "brincar", que culpa tenho se ela não me dá trabalho? E se o dá, é a perto da hora de saída, para almoçar tarde, não almoçar ou chegar a casa tarde. Ela demora vinte minutos até casa, eu demoro mais de uma hora porque tenho de atravessar a ponte e mais uns quinze quilómetros. Mas eu brinco. Quando acabo o meu trabalho, ou fico a responder aos sms's, ou escrevo posts para o blog ou ando no solitário. Fora isso, lá tenho da ouvir a falar com as amigas ou a empregada doméstica sobre o jantar de hoje e planos de semana. E depois queixa-se que não tem tempo para nada. Bem, eu giro bem o meu tempo e fico despachado entre quinze a dez minutos antes de sair. Ela vai almoçar antes da hora para ir às compras com calma e ainda chega depois da hora e fica a beber café durante mais meia hora depois da hora de entrada. E eu já a trabalhar. Depois levo com o trabalho dela.

_ Etc...
Situações à muitas mas estas são muito mais do que suficiente para perceberem o que se passa. 

Agora digam-me: devo estar feliz? Revoltado? Satisfeito?
Sabem como me sinto? Cansado. Cansado de aturar ela.
E triste por o patrão não me ter perguntado nada sobre o porquê.
Mas provavelmente nem teria hipótese de falar pois ela iria interromper, dizer que mentia. E eu emocionalmente, pois só sei reagir assim, iria enervar-me e responder que não dei autorização para faltar ao respeito aos meus pais e a mim, para me chamar mal-educado e mentiroso. E que lá por uma pessoa ser rica não quer dizer que seja bem educada. Normalmente a humildade e educação / boas maneiras provêm dos mais pobres.

Como íamos discutir, o patrão lá acalmava os ânimos, puxava-me as orelhas mas pronto, varria para debaixo do tapete. Agora quando ele saísse, ela iria fazer o resto dos meus dias aqui num Inferno, até fazer nova asneira e ser posto na rua. Portanto, deixei-me esta calado perante essas acusações. Aceitei ouvir tudo até ao fim e depois vim trabalhar. O meu colega já disse que deveria ter dito tudo na cara dela e que ela também devia estar presente, uma vez que o patrão falou comigo e ela manteve-se na sala dela, sentada a cinco passos da nossa sala, a fingir que trabalhava (não sei se fingia, não olhei para trás), o que revela uma falta de respeito e de educação para comigo.

Mas pronto, não sou de arranjar chatices mas parece, nas palavras do meu colega, que eu e ela estamos em guerra. Bem, ainda vou a tempo de fazer o castelo de cartão. Óbvio que estou a brincar nessa parte mas vou começar a fazer as minhas cenas como nada tivesse acontecido e começo a arranjar estratégias para não a ter de ouvir. Vou mais à casa-de-banho, ler o jornal, em vez de chegar cedo, chego a horas e venho para a minha sala, de luz apagada dormir (perdão, descansar a vista até a hora de trabalho). Fico lá em baixo até a vir subir no prédio. Depois subo até ao segundo e espero que ela suba as escadas e vá tomar o pequeno-almoço para entrar na minha sala e ficar a parede. Vou para o arquivo destruir material e pronto, está a andar.

Não sei. Sei que deve ser uma grande coincidência (não acredito nelas) ter um e-mail da faculdade a dizer que já tenho o diploma para levantar e para actualizar os dados no gabinete de procura de emprego de faculdade. Actualizei os dados e se houver proposta melhor para sair, por muito que goste do horário, salário e o meu bom amigo/colega, tenho de fazer o melhor para mim. Pelo menos, para a minha saúde mental.

Desculpem o testamento.
Obrigado por leres até ao fim.
És especial e espero que a vida te encha de sorrisos e recompensas positivas e que faça tropeçar atrás de ti todas as pessoas como esta que te querem mal.
Felicidades.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Casal, Parte 2

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Pessoal, eu disse que vos ia voltar a falar deste assunto. Mas não esperava este desfecho. Portanto, peço desculpa em antemão.

Lembram-se do casal de amigos meus que falei há uns posts atrás? Aquele casal que apresentei e que disse que não resultaria em nada?

Bem, recebi uma chamada deles a perguntar se queríamos ir jantar todos ontem e eu disse que sim. Mas o outro amigo nossa disse que quase certo seria sobre pedirem-se em casamento.

Porquê? Porque há uns tempos eles já me tinham ligado a perguntar se pagava-se para se casar pela igreja. A resposta é sim já agora, mas isso não está em questão.

Eu não acreditei que fosse tal facto, pois eles namoram há um mês e meio. Pronto, talvez mais um ou dois meses em cima, uma vez que eles já andavam muito íntimos (sim, provavelmente com uma taxa de oitenta e cinco por cento de certeza que hhouve palitos) enquanto ela namora o ex dela. 

Então eu e esse amigo apostámos um jantar em que seria por causa disso ou não. Durante o jantar, adivinhem o que o casalinho disse? Exactamente isso. E o meu amigo esticou a mão e eu disse que não tinha dinheiro comigo (moedas e notas), que pagava depois.

Eu mandei uma boca ao noivo que, já que ficou com uma ex-namorada minha, que me arranje uma dele. Ele relembrou-me qual era a ex dele e eu mudei rapidamente de ideias.

Agora, aquilo que não lhes disse à frente nem provavelmente direi:
Vocês são parvos. Já agora, estamos em Maio, eles queriam casar-se em Junho mas ela não consegue ter o padrinho dela cá em Junho, portanto será em Dezembro. Mesmo assim, em pouco mais de um ano em se conhecerem, em pouco mais de quatro ou cinco meses de flirt e namoro, vão se casar?

Ajuda já morarem juntos há poucas semanas? Não mas porra, eles estão felizes e eu desejei a quase que aquilo não resultasse, pois sabia que não duraria. Pelo menos assim pensava.

Até pelo facto de ele querer ter filhos e ela ter acabado com o ex-namorado de cinco anos porque ele também queria ter filhos e ela não. Agora ela já aceita ter filhos. Adoptados pensei eu mas não, filhos mesmo saídos do ventre dela.

Eu fiquei parvo e remeti-me aos meus pensamentos. O meu outro amigo despertou-me e viémos embora pouco tempo depois. Pelo caminho, levei na cabeça por não ter desejado felicidades (não o fiz por estar em choque e por continuar a discordar da velocidade suprsónica de tal facto), não acho que eles sejam a cara-metade um do outro.

Até o meu amigo dizer que pareço ter ciúmes. E eu disse que não, que não gosto da noiva. Mas calei-me, porque percebi o porquê de ser estúpido. Eu não estou chateado de eles se estarem a casar. Eu estou chateado porque em menos de doze meses, têm um casamento marcado e tudo orientado e eu tive a mesma hipótese em quarenta e um meses e não aproveitei para pedir a única mulher que amei mais do que a própria  vida em si. Foram não ciúmes mas inveja. 

Continuo a não estar muito inclinado em não ir ao casamento deles mas nem que me espanca no dia anterior, eu vou e vou sorrir e vou desejar-lhes parabéns e vou querer fotos e divertir-me. Porque mesmo que não façam o género um do outro, eles estão felizes juntos. E quem sou eu para estragar o ambiente deles? Ninguém. Mas fico feliz por poder dizer que pude juntar dois amigos meus e oferecer-lhes esta oportunidade e fico feliz por ainda não ter perdido o jeito para casamenteiro (neste caso, literalmente), embora não os tenha apresentado incialmente com essa ideia. 

Que os noivos sejam muito felizes e que eu encontre alguém que queira partilhar uma vida comigo. Votos de felicidades e que tudo corra bem a eles, a mim e a vocês todos. Sejam felizes. Acho que isso é o que devemos procurar em alguém. Alguém que nos traz felicidade e alguém a quem nós podemos partilhar a nossa felicidade. E nisso, eles cumprem e com isso, com muito gosto pagarei a aposta pois agora tenho a certeza que serão felizes para sempre.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Caixa de Surpresas

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Eu começo a acreditar que uma mulher só nos ama quando nós a odiamos. Lembram-se da expressão: "Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti?". Com exemplos práticos e mais umas linhas pessoais aqui esborrachadas entendem que se ignorarmos alguma senhora, ela fará o esforço para nos vir falar.

Alguns exemplos: Nas últimas vezes que demonstrei o meu afecto por alguém que parecia sentir o mesmo por mim, fui atirado para o silêncio. Vi-me envolto num nevoeiro denso e não sabia escapar. Apenas quando desisti é que pude sair do misto e regressar à realidade.

Outro exemplo: Havia várias mulheres mas vou focar-me em duas. Uma quis estar comigo e beijou-me mas disse que andava com outro. De forma pouco eloquente afastei-me. Mas ela insistiu em falarmos e a dizer que queria estar com ela e eu dizia que ela é que queria estar comigo mas sempre que tentávamos ser amigos e cada vez que eu recusava algo, ela começava a seduzir-me e a morder-me o pescoço. Quis desistir mas ela parecia querer pouco se importar com o outro. Quando cedi, ela já não queria nada. Quando calei-me, ela mudou de ideias, e andámos nesse jogo até me fartar, chamar-lhe nomes e virar costas.

A outra rapariga ainda tivémos juntos e passeámos e vimos um filme. Mas nada aconteceu. Ela mandou mensagem a dize que tinha gostado e eu aproveitei e disse que faltara o beijo. Ela disse que da próxima vez teríamos tempo. Na vez seguinte disse-me que não procurava nada e que não queria que me iludisse e decidiu afastar-se. Respeitei e afastei-me. Quando deixei de enviar mensagens a ela, uns dias depois, ela reapareceu e começou a meter conversa. Quanto mais frio era, mais ela puxava por mim. Quando fizémos as pazes, ela lá decidiu afastar-se de novo e dizer que nada procura e voltou a calar-se.

Não sei se é da minha personalidade quase bipartida ou se é dependente do meu estado de humor, mas a verdade é que nestes últimos meses, quanto mais seco e frio falar com alguém e não me mostrar e muito menos parecer interessado, mais ela se esforça e mostra interesse.

As mulheres gostam de prendas e surpresas. E nós somos uma. Basta é deixar umas quantas camadas de mistério em cima, com um lacinho de um interesse em comum, que já ajuda a dar a qualquer mulher vontade de querer desembrulhar a prenda. E quanto mais ela desembrulhar, certifiquem-se que ela encontra um pequeno interesse vosso que ela possa gostar ou que lhe possa despertar curiosidade.

Bem, vou vos deixar e voltar para esta realidade onde colecciono tampas por ser boa pessoa. Vou comprar papel de embrulho. Portem-se mal.