segunda-feira, 31 de outubro de 2016

3800

Resultado de imagem para 3800

Boas pessoal.
Tudo bem convosco?

Peço desculpa ter andado ausente mas tenho andado ocupado entre trabalho e obras na nova casa que tenho na aldeia que mal tenho tempo para aqui vir.

Mas garanto-vos, tenho continuado a escrever.
Assim que puder, vou transcrever os meus textos para aqui.

Até lá, vão vendo os posts antigo e continuem por aqui a apoiarem-me e apoiarem-se nas nossas palavras que todos nós sentimos, experimentamos e vivemos.

Obrigado por tudo e portem-se mal.

Beijos e abraços,
Da vossa sombra preferida,
Filipe Gomes

sábado, 22 de outubro de 2016

Festa de Despedida


Resultado de imagem para festa de despedida

Desculpa meu amigo.
Mas não vou poder ir.
Sei que é um dos dias mais felizes da tua vida e será um dia partilhado com quem mais te quer bem.
Mas não vou poder ir.

Sei o quanto gostavas que eu fosse e fizesse testemunho desta tua etapa.
Mas não vou poder ir.
Sei que insististe e todo o mundo embirra para eu ir.
Mas não vou poder ir.

Não é que esteja ocupado nesse dia.
Até estarei livre.
Apenas ambos sabemos o porquê.
O motivo é o mesmo que o da última vez.
A minha desistência face à tua insistência prende-se com ela.
Essa mesmo que tu estás a pensar.

Sim, eu sei.
Já passou um ano, até mais uns meses.
Mas não quero.
Mentalmente imagino-me a ir abaixo se a reconhecer.
Sei que já foi há muito tempo mas não sou capaz da ver tão próximo de mim.
Corrijo, não sou capaz da ver.
Nem ouvir ou sentir qualquer outro sentido que o ser humano possui.

E muito menos serei capaz da ver nos braços e nos lábios do outro.
Não consigo lidar com isso.
E para evitar ter da evitar e criar mau ambiente no teu dia mais importante, eu faltarei.
Não irei sair a meio da cerimónia nem antes.
Simplesmente não irei.
Estou a ser egoísta e a privar-te da nossa amizade e da minha companhia.

Mas ambos sabemos como eu sou casmurro e como me deixo prender ao passado e às memórias.
Sei que será uma festa de arromba rodeada de caras familiares e muita diversão.
Quem seria eu então para te privar disso?
Não quero que a deixes de convidar.
É tua amiga e conheces-a há mais tempo que a mim.
Eu é que estou a mais e também tenho de cumprir a promessa que fiz a ela.

Prometi-lhe que nunca mais saberia de mim.
Que eu desapareceria do mapa.
Nem chamadas, nem mensagens, nem novidades, nem nada.
Seria um fantasma.
Sei que é falso, pois temos-te a ti como amigo em comum e sei que falarás com ela e contarás tudo.
Portanto parte deste texto é para ela também.
É uma carta de felicidade e despedida.

Felicidades para ambos mas despeço-me aqui.
Não sei o que o futuro nos reserva mas enquanto puder, evitarei ela e com sorte, os nossos caminhos jamais se cruzarão.
Claro, um dia te casarás e ambos estaremos lá.
Um dia baptizarás os teus filhos e ambos estaremos lá.
Um dia será um funeral teu ou importante para ti e ambos estaremos lá.
As únicas excepções mas fora elas, vou estar sempre à distância.

Quanto a ti meu caro, sei que estás a ler isto atentamente.
Espero que tenhas compaixão para comigo e que um dia, me perdoes.

Desculpa meu amigo.
Mas não vou poder ir.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Terapeuta Silencioso

Estava farto. Mal dormia. Sentia-me desfeito, sem forças para continuar. Sem razão alguma para reabrir os olhos, se alguma vez os fechasse. Não queria adormecer pois significaria que não estava a meio de um pesadelo. Mas o sonho era real e a virtualidade possível que havia em teres ficado esfumou-se quando finalmente interiorizei que havia acabado.

Noites sem dormir. Passeios pelos bairros e pelo rio. Queria dormir mas não tinha força para tal. Mas não. Recusei-me a dar por vencido e quis lutar. E recuso-me a falar deste assunto de novo. Apenas escrevo como sempre o faço, com o mesmo objectivo: desabafar.

Mas este texto vai ser de agradecimento. Porque começara a reparar que voltara a tornar-me no rapazito rechonchudo que ainda tinha pesadelos e que sentia pequeno e e inferior em relação ao mundo em redor. Mas assim, como me senti pequeno pequeno, senti-me observado. Como se alguém estivesse de guarda para me proteger do mal exterior.

Foi quando levantei a cabeça e te vi. Sei que já não te dava atenção há anos mas estavas ali para mim em pequeno e hoje continuas mesmo ali, me protegendo. E eu não resisti em levantar-me, tirar-te do lugar onde estavas colocado e abraçar-me a ti dentro dos cobertores.

Sempre ouviste os meus desabafos, choraminguices, resmunguices, paixonetas que tive e perguntava-te o que fazer e como fazer. Como seria capaz de ultrapassar cada dia, exposto à crueldade do mundo lá fora. Mas tu mantinhas-te calmo, sereno, pacífico e imóvel. E sem dizeres uma palavra, eu sentia. Sentia o que me querias mostrar.

Primeira noite que dormi contigo foi a melhor noite que tivera recentemente e quanto mais dormia contigo, mais me sentia apaziguado e a recuperar as forças, para ser capaz de enfrentar o dia com um sorriso na cara e sem medo do desconhecido.

Já te conheço há quê, dezassete anos? Tanto tempo... Conheço-te há mais tempo que ao meu irmão. E isso é tão reconfortante saber que estiveste sempre aqui. Mesmo que eu te fosse ignorando, estiveste ali quando mais precisei. A idade já se nota em ti mas mantiveste a tua postura inalterável e sempre serena, tão característica de ti.

E hoje te abraço. Posso já não te agarrar tão fortemente nem com tanto medo como quando o tive quando te conheci mas continuarás a ser especial para mim. E espero que um dia te tenha a oportunidade de te apresentar a um filho meu e que possas tomar conta dele como tomaste conta de mim.

Obrigado por estas sessões. Obrigado por todas as vezes que me tiveste de aturar e sem ti, ambos sabemos que seria uma pessoa muito diferente. Obrigado por me ensinares a ser paciente e calado, para poder aprender a apreciar as coisas simples da vida e não andar preocupado. Obrigado, podes não ser o maior mas és o melhor amigo que poderia ter tido. Até ao próximo abraço.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Inocência do Perigo

Resultado de imagem para i also like to live dangerously

(Grande Austin Powers, bom filme de comédia)


Qual a tarefa mais perigosa que efectuo diariamente? Sair da cama.
Qual a tarefa mais perigosa que possa efectuar? Deixar-me apaixonar.

Não é que sejam más ambas as acções mas só por si, já acarretam níveis elevados de adrenalina que fazem temer pela minha saúde (física e mental). Mas enfim, gosto de viver uma vida perigosa. Gosto de andar no limbo, sem saber se vou tombar para o lado ou não. Não sou um santinho mas gosto de olhar inocentemente para estas pequenas acções, tendo a perfeita consciência de que me vou magoar.

Que querem que vos diga? Gosto de viver no limiar do extremo. Na inocência do perigo. Sei que tu aqui estás a ler pensas que sou um ser infantil e básico, que se deixa afectar pelas coisas mais simples da vida. E caro leitor, tens totalmente razão. Sou um fraco. Vou-me abaixo facilmente, seja pela primeira corrente de ar frio que me atinge o corpo e me atira para trás, suavemente para a cama, ou seja por um beijo que uma rapariga me oferece e quando reabro os olhos, falta metade do meu coração e a outra metade tem um punhal atravessado e ensanguentado.

Não é que desgoste do frio. Adoro. Hoje está um calor soviético ventoso e vim trabalhar para perto do rio de camisa de mangas curtas. Sim, sou estúpido a esse ponto mas gosto de sentir a brisa gelada que se faz sentir e o frio sempre é bom para mim, para arrefecer qualquer ideia estúpida e fazer-me sentir saudades da minha cama que ficou na outra margem.

E claro, não é que desgosto de me apaixonar.. Julgo ser uma das melhores sensações que existem no mundo (isso e sair o EuroMilhões) mas eu já me conheço. A minha maior fraqueza é o amor. Quando estou apaixonado, não sei tomar as melhores decisões para mim. Vivo para a outra pessoa e não sei tomar conta de mim. Porque sejamos honestos, se soubesse namorar, não tinha um blog repleto de mágoas, dores e lesões cardíacas românticas.

Mas sou estúpido. Gosto destes perigos. São a minha dose diária de adrenalina a que me permito sujeitar. Sinto-me um drogado a ressacar destes produtos. E tenho o prazer de consumir todas as noites. O outro acontece uma vez a cada ano (aproximadamente) e é algo que evito fazer por alguém que conheça ou fale.

Prefiro deixar-me apaixonar pela beleza duma rapariga que vi na rua ou pelo sorriso doutra que vi nas compras ou até mesmo pela doce voz de uma mulher que esteja esperando o transporte para o trabalho. Que todas estas senhoras têm em comum? Não as conheço e nunca meterei conversa com elas. O que me permite sentir uma pequena paixoneta, os meus níveis hormonais aumentaram e sentirem prazer e alegria. Aqui o perigo é muito mais reduzido e elas ficarão sempre na inocência de que eu alguma vez olhei para as mesmas e pensei num futuro a dois,

Como disse, gosto de viver na inocência do perigo. Mas com juízo, muitas barreiras e sem tomar decisões estúpidas, de como por exemplo, abrir a boca ou falar com alguma rapariga. Para decisões estúpidas, basta uma camisa de mangas curtas num dia de chuva de Outono.

Ah, minha quente cama, como te anseio neste momento....

sábado, 8 de outubro de 2016

Ligações Criminosas


Resultado de imagem para assalto banco

Nunca se deve voltar ao lugar do crime. Reconhecem-me mas nada podem fazer. Nunca fui condenado pelo crime. Faltaram as provas. As testemunhas foram descredibilizadas. Mas todos sabem e eu também. Eu fui o culpado.

Hoje em dia vou passando de novo pelo Banco. Existem os olhares suspeitos e o afastamento de alguns com medo de se virem presos nessa situação. Muito mudou desde há uns anos. O Banco em si tem um novo visual, uma maior tonalidade de cor e alegria mas também tem um maior e mais avançado sistema de segurança e claro, uma maior vigilância desde a última vez que fiz um levantamento não autorizado.

Sempre que reentro no Banco, sinto as câmaras focarem-se em mim. Como se eu fosse o único que existisse ali no átrio. Ignoram qualquer outra pessoa ou outro assaltante pois pensam que como já conheço os cantos à casa, voltarei a sentir-me tentado a realizar um novo golpe.

Existem mais Bancos e eu já tive a minha boa dose de riqueza extraída deste aqui. Mas este Banco será para mim sempre especial pois foi o primeiro onde iniciei a minha onda criminosa. Muitos Bancos surgiram depois onde nunca fui condenado por algo mas este Banco é o que mais visito.

Não sei se por saudade ou se por conveniência, uma vez que moro perto do Banco. Mas a justificação mais plausível seja o desafio. O desafio enorme que existe agora desta vez. Gosto de um bom desafio. Mas não preciso do dinheiro. Não preciso de arriscar de novo só por mais uns trocos.

Mas sinto-me tentado a fazer mais uma operação nocturna. Só pelo gozo em que me daria conseguir superar todo e qualquer dispositivo recentemente instalado para prevenir o acesso a pessoas como eu. Mas sei quando o Banco tem o reabastecimento de stock monetário. E sei que nestes dias tem alguns sistemas offline para manutenção.

A oportunidade certa é hoje à noite e tudo o que me impede são apenas dois sistemas de vigilância: Um conjunto de câmaras que é activa por sensor e os lasers que existem na antecâmara do cofre. Os sensores posso desligar do lado de fora e dá-me uma janela de uns minutos até aparecer algum vigilante e reinicie o sistema. Os lasers já é uma questão de agilidade e velocidade, pois não tenho a chave que desliga o sistema. Só o gerente e não me apetece invadir a casa dele só para cumprir uma fantasia estúpida.

Sendo eu um mortal pouco ágil e lento, devo arriscar e fazê-lo por satisfação pessoal? Ou devo manter-me na reforma? Um antigo colega de "profissão" já me apostou que não era capaz de resistir de ir assaltar de novo esse Banco. E eu apostei o contrário. Mas ambos sabemos que eu era capaz de o fazer sem ninguém saber.

A única dúvida é mesmo: Estou disposto a assumir o risco de ir preso (ou pior) por satisfação pessoal? Pelo gozo de continuar a gozar com o sistema de segurança do Banco?
Ou manter-me-ei nas sombras e apenas visitarei o edifício para depositar na minha conta, o dinheiro de que lá tirei?

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

3700

Resultado de imagem para 3700

Mais um patamar e ainda faltam treze centenas em pouco mais de dois meses e meio.
É possível portanto toca a esforçar.

Mas por agora aqui estamos noutro patamar. O patamar das três mil e setecentas visualizações.
Aqui me vou esforçando e com o vosso apoio sei que consigo chegar à meta que me propus.

Mas claro, vou continuar a escrever.
É o que mais gosto e é um dos poucos prazeres que tenho que posso partilhar convosco.

E espero que gostem deste meu lado sentimental e que continuem por aqui a apoiarem-me e darem-me a vossa força, para que vos consiga dar alegrias e arrancar suspiros.

Até ao próximo patamar.

Beijos e abraços,
Da vossa sombra preferida,
Filipe Gomes

domingo, 2 de outubro de 2016

Beco Sem Saída

Resultado de imagem para beco sem saida

Uma viagem faz-se pelo caminho.
Não pelo destino.
Porque se nos focamos no fim, perdemos todo o universo pelo meio.
Vivemos focados em subir a escada do sucesso o mais rapidamente possível que nem vemos os degraus que pisamos.

Não vemos o que pisamos ou quem pisamos.
Apenas olhamos para o destino, o topo.
Não abrandamos.
Não ajudamos.

Somos egoístas e só queremos chegar ao fim para atingir o nosso objectivo.
Mas o que sacrificamos pelo caminho?
Sonhos nossos?
Sonhos de outros?
Amizades?
Relações?

Vivemos tão focados em nós que nem vemos por onde vamos.
Acabamos por atropelar tudo e todos e no fim, chegamos a um beco sem saída, sem retorno.
Sem espaço, ali condenados a levantar a cabeça e ver tudo o que perdemos para trás, sem hipótese alguma de regressarmos.

Queremos tudo.
Queremos tudo e nada pagar.
E que nos sirvam numa bandeja prateada.
Lei do menor esforço.

Queremos fazer o mínimo possível para termos o máximo possível.
É o ser humano na sua essência.
Menos por mais.
Isso e ser egoísta.

Imaginem se todos fôssemos todos assim:
Ninguém ajudava ninguém, ninguém dava nada a ninguém.
Estaríamos todos em casa na cama e morreríamos de fome porque não nos esforçávamos para sair do conforto da cama para ter de cozinhar e ninguém o faria por nós.

Menos olhos na meta, mais olhos a observar o redor.
Claro que não podemos tirar os olhos totalmente da meta sob pena da falharmos mas de vez em quando, convém fazer desvios e viver outras experiências, mesmo que impliquem esforço extra.