terça-feira, 31 de maio de 2016

Pressentimento Passado


Encontrei-te. Julgo que és tu. Quem mais poderia ser? Só podes ser tu. A vida dá voltas e voltas, ou neste caso, oferece lágrimas e dores. Lágrimas e dores que não são minhas mas que as sinto. Sinto como se fossem minhas. Como se fossemos um só. Procurei-te por toda a parte e afinal, estiveste sempre à vista. E eu estava cego por não te ver mesmo à minha frente, esperando, chorando.

Era uma manhã de fim-de-semana quando nos encontrámos. Tínhamos combinado em estar juntos e em fazer-te companhia na tua pequena aventura colorida que seria obteres mais uma tatuagem. Mas algo estava estranho. Tu estavas em dor e não transparecias esse sentimento mas do outro lado da sala, estava eu a assistir, em lágrimas, mas sem ter motivos para tal. E só quando fazias uma expressão de sofrimento, é que eu sentia lágrimas a caírem-me pelo rosto.

Fingi que estava constipado e assoei-me e limpei a cara mas veio-me à mente o facto de seres aquela que sofre e que me fazia chorar sem razão. Não acreditei mas o meu armário de memórias abriu-se e levou-me à bastantes anos atrás, quando ainda era pequeno. Pequeno o suficiente para apenas me preocupar em brincar e correr alegremente atrás de uma bola.

Mas veio à superfície a memória de que um dia, a brincar na antiga casa dos meus avós, levantei-me do chão, cheguei-me à varanda do quintal e olhei para o infinito de campos de cultivo e do vale onde o rio banhava as suas margens e ouvi uma voz interior a dizer que, quando crescesse, ficaria para sempre com uma rapariga que tinha . . . que tinha o teu nome . . .

Não te conhecia na altura nem sabia que existias. Nem conhecia alguém com o teu nome. E ninguém estava comigo quando ouvi isso. Mas sinto que ouvi na altura, sem nunca ter percebido muito bem porquê ouvi tal coisa. Eram coincidências mas nunca acreditei em tais conhecimentos aleatórios e julgo que tudo tem um propósito.

E fora esses dois pedaços de provas, parte de mim tem um desejo irrealista de me casar com alguém que tenha como apelido Silva, para poder manter uma fantasia estúpida e irrealista de os meus filhos continuarem a linhagem dos Silva Gomes, tal como o próprio pai. E tu, cumpres todos os requisitos ...

Voltando ao presente e limpando o rosto com um lenço, lá terminas a tatuagem e perguntas se tudo está bem. Eu digo que sim e com um sorriso na cara, elogio a tua tatuagem e a simplicidade dela, mas cheia de beleza e significado. Agradeces e seguimos caminho. Queria-te tanto contar isto. Queria-te tanto mostrar que gosto de ti e que já sentia que estava atraído por ti desde o momento em que nos conhecemos. Queria-te tanto . . . 

E não te tive. Acabámos por seguir caminhos diferentes. Parte de mim gritava para ficares, implorava-me para te agarrar pela mão, puxar-te para mim e juntar os nossos lábios. Mas eu sabia das histórias, de que usavas as tuas artes marciais que aprendeste desde infância para afastar pretendentes não desejados e eu não quis ser mais um.

Não quis nem quero fazer parte de uma qualquer estatística, como sendo apenas mais um, mais um simples número. Deixei-te ir pois quem ama, liberta. Não prende, solta. Pois se gostares de mim, hás-de voltar. E tu sabes que eu gosto muito de ti. Mas também sei que nada acontece por acaso e desconfio de um teoria que circula pela Internet e julgo que esteja correcta.

A teoria diz que, quando se deu a explosão do Big Bang, aquela que originou o nascimento do nosso planeta, nós éramos apenas átomos, ligados pela ciência físico-química e que com a explosão, fomos atirados para longe um do outro. Mas, por razões talvez científicas, nos sentimos atraídos e talvez, destinados a voltar a pertencer um ao outro, como o fomos em átomos, no início de tudo. Aliás, mesmo antes do início de tudo. E podemos já não ser o início de tudo, mas podemos ser o final feliz um do outro.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

2500


Bem, demorou mas já chegámos às duas mil e quinhentas visualizações.
Iupi...
Estou um pouco triste por estarmos a perder visualizações ao ritmo que estamos.
Estivemos sempre a subir mas agora estamos a abrandar, muito por culpa da falta de novos textos aqui no blog.
Aí peço desculpa.

Mas estamos a tentar remediar isso.
Entretanto, obrigado a todos os que ainda continuam aqui a ver o blog e apoiar-nos, mesmo sem tendo algo novo aqui.

Espero que continuem por aqui muito tempo e que se divirtam e sintam-se parte dos textos e se identifiquem e que vos ajudem nos momentos que mais precisam.

Entretanto, prometi novidades mas acabei por las dizer mais cedo.
Procurem por aqui abaixo (está perto) pelo texto: "NOVIDADES".

Espero ver-vos aqui em breve.
Beijos e abraços das vossas sombras preferidas.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Ramos em Cinzas

 
Não sei o que te passou pela cabeça. Vi angústia, raiva, lágrimas de tristeza a evaporarem-se tal era a raiva que fazia o teu sangue ferver. A gravata já desatada e a camisa fora das calças davam sinais que tinhas saído da maior luta da tua vida e pela tua expressão facial, tinhas sido derrotado e humilhado.
 
A estrada estava deserta e o calor mantinha colada a borracha dos pneus do teu carro ao alcatrão, enquanto se mostrava uma paisagem desértica, contrastada apenas pelos prédios envolventes e pelo relógio da igreja a soar as badaladas das seis da tarde.
 
Tentaste mas nem foste capaz de acender o cigarro que querias fumar, como deve ser, para te poder talvez aliviar o stress e os nervos mas foi pior. Frustrado, acabas por deitar o cigarro inteiro e mal aceso ao chão e esmagá-lo com a sola do teu sapato, com toda a força que possuías e se fosse mais um bocadinho, talvez tivesse criado um novo acesso aos esgotos da zona.
 
Atravessaste a estrada sem olhar, sem te preocupares se viria algum carro em andamento e francamente, não te querias importar. Haveria alguém que sentiria a tua falta se algo acontecesse mas naquele instante, pelo teu andar e pelo ramo de flores algo destruído que tinhas na mão, faziam crer que a pessoa com que tu mais te importavas tinha deixado de se importar contigo e feito todo o teu mundo ruir.
 
Cansado e frustrado, caminhaste em direcção ao contentor do lixo e atiraste o ramo para dentro dele e esmurraste-lo para bem fundo o tal símbolo do teu amor partido e esmurraste o contentor por não conseguir fazer desaparecer o ramo mas principalmente por não ser suficiente para fazer desaparecer toda a dor que sentias e fazer-te esquecer todas as memórias que tiveste e que te levaram ao momento da entrega do ramo, se é que alguma vez chegaste a entrega-lo.
 
Provavelmente chegaste a casa mais cedo, a encontrar ela te esperando e fazendo-lhe uma surpresa agradável. Mas o mais certo é o errado e foi teres apanhado ela na cama com outro. Não fizeste barulho, apenas ficaste especado e quebrado, enquanto vias os lençóis se revolverem e encontrares ela nos braços de outro homem que não tu.
 
E sem um som produzido teu, no meio dos gemidos dela, saíste de mansinho, de ramo apontado ao chão, porta fora e guiaste sem concentração nem destino. Acabaste por chegar ali, naquele instante em que eu te encontrei. E ao ver-te assim e ao imaginar a história, não pude deixar de sentir compaixão e um pouco compreensão, uma vez já vivi essa situação.
 
E a minha reposta foi querer-te abraçar. Não me conhecias  de lado nenhum nem eu a ti. Mas naquele momento, ambos sabíamos que precisavas. Dizem que os homens não choram (ou não devem chorar, pois demonstra fraqueza) e são fortes e frios por dentro e por fora. Mas isso é mentira, talvez uma das maiores que alguém possa ter contado, para justificar situações como esta.
 
O homem é um ser humano, guiado pela lógica mas gerido pela emoção. E vendo o desenlace da história, a emoção se teria apoderado da razão e conseguido no meio daquilo tudo, te partido o coração. Mas não parei. Baixei a cabeça em sinal de respeito, como se de um funeral se tratasse (e de certa foram, era o funeral do teu amor por ela) e segui caminho, deixando-te entregue ao calor, às lágrimas que caíam do teu rosto e que se evaporavam antes de chegar ao alcatrão.
 
Deixei-te, assim como ela te deixou, sem se preocupar com o passado, presente ou futuro. Deixei-te e tu provavelmente, naquele momento, deixaste de pertencer ao mundo, assim como o mundo deixou de te pertencer. E à medida que fechavas a tampa do caixote e regressavas ao carro, olhaste uma última vez para a beata que deitaste fora e esmagaste-la com força outra vez e entraste no carro, arrancando prego a fundo em direcção a destino incerto, deixando o que restava do cigarro se extinguir, assim como o teu amor por ela se extinguiu.

domingo, 22 de maio de 2016

NOVIDADE sobre . . .

Para quem não sabe, tenho o hábito de aqui publicar pouca coisa.
Não é por falta de tempo, mas sim por falta de assuntos relevantes e interessantes.
Posto isto, aqui comunico algo relevante:
Para quem ainda não sabe, tenho o hábito de escrever algumas coisas pela net, seja no facebook, aqui no blog que possuo com alguns amigos e por outros sites onde mais pessoal escreve.
E com isso, segui a sugestão de alguns desses associados e comecei a escrever algo maior que um poema dos meus, que um dos meus textos, que uma composição escolar.
Meus amigos, amigas, conhecidos e conhecidas, acabei por escrever um livro.
Não estou a gozar, daí eu apresentar o convite aqui abaixo.
A data é um horror eu sei, mas aqui convido a todos vós para aparecerem, verem-me nervoso, a atrapalhar-me nas palavras mas alegre por vos ver lá e poder apresentar algo que consegui fazer já com alguns meses de execução (e anos na gaveta, esperando...).
Espero que apareçam, se quiserem e puderem.
Para verem-me atrapalhado mas para poderem partilhar comigo o que para muitos é um sonho e o que para mim, nesse dia, será finalmente realidade.
Vos espero.
Beijos e abraços.
P.S.: Para mais informações, basta pedir.


sábado, 14 de maio de 2016

Arrependimento do Tempo


Sabes, quando te conheci pela primeira vez, julguei-te muito superficial e egoísta. Não engraçara contigo por causa disso e não gostava de estar contigo, pois obrigava-me a socializar com alguém que era oposto a mim. Desgostava dessa tua maneira irritante de te facilmente aborreceres e desprezares as conversas e as pessoas e a facilidade em que tiravas o telemóvel do bolso e ficavas o resto do tempo por lá, ouvindo música, respondendo a mensagens ou simplesmente vendo as novidades nas redes sociais.

Mas lá fiz um esforço. Tínhamos amigos em comum e fiz um esforço para encontrar algum interesse em comum e que pudéssemos ser amigos e assim não ter de fingir que não me importava de estar no mesmo espaço que tu. E fomos falando e nos conhecendo melhor. E acabei por descobrir que afinal não éramos tão diferentes. Ambos gostávamos de futebol, preferíamos filmes de terror a romances e filmes tristes, conseguíamos fazer rir um ao outro. E claro, fomos nos aproximando mas tu não te chegavas perto.

Eu não entendia. Pensava que gostavas de mim como eu gostava de ti mas tu não querias nada. Então com o passar do tempo envolvi-me com a tua melhor amiga. Grande asneira, pois um dia me revelaste que sempre tiveras uma paixoneta por mim mas nada o disseras porque prometeras que nada tentarias comigo pois a essa tua melhor amiga já te tinha alertado que me queria. E eu senti-me mal. Não tinha realizado um avanço a ti porque o meu melhor amigo gostava de ti e não me queria chatear com ele.

Acabámos por nos afastar e anos passaram. E num dos meus momentos mais tristes, ao fazer uma limpeza de contactos, encontrei o teu número. E decidi enviar-te uma mensagem, sem saber se ainda terias o mesmo número, se ainda serias a mesma rapariga espontânea e carinhosa que conheci ou se havias mudado. Respondeste e me reconheceste. E voltámos a comunicar.

O tempo parecia ter voltado atrás, como se tivesse arrependido de ter avançado sequer. Mas agora tínhamos mais juízo e já não havia terceiras pessoas. Começámos a falar diariamente e saímos algumas vezes, passeando, vendo filmes ou simplesmente ficando a conversar em bancos de jardim ou paragens de autocarros e metros. E todos os sentimentos voltaram à flôr da pele e desta vez, não havia ninguém que nos podia impedir.

Mentira: havia nós. Tive medo pois os anos tinham passado e não sabia se gostavas de mim e tu não davas indicações de tal. Ficámos pela amizade e depois começaste a namorar outro mas disseste-me pouco tempo depois que pensavas que eu te iria dizer que gostava de ti, que esperavas que to tivesse dito, pois sentiras o mesmo por mim mas tinhas medo do meu silêncio e não querias sair magoada com uma rejeição e perder a nossa amizade.

E mais uma vez, fui estúpido e deixei-te ir. Meses passaram e ele partiu-te o coração mas eu nunca abdicara das nossas conversas e das nossas saídas. E no teu momento mais doloroso, fui ter contigo e abracei-te com força e ali o tempo parou para nós. Deixei de ouvir carros, pessoas, pássaros, cães.... Apenas ouvia os nossos corações a tentarem sincronizarem-se e baterem juntos como um só, como se dançassem uma valsa. Não te queria largar e parecia que tu não querias que te largasse.

Mas era cedo demais. Fui te soltando devagarinho e dei-te um beijo na testa e disse-te que podias contar sempre comigo. Sorriste e agradeceste-me, dando-me um beijo na cara, algo que era raro em nós. Passaram semanas e semanas e tu já sabes que gosto de ti. Mas tens medo de ser cedo demais, pois ainda pensas nele e porque pensas que não me mereces, que não és boa o suficiente para mim.

Pequena, não se esquece nenhum(a) namorado(a) que alguém teve, pois por muito mal e dor que tenha causado, ficarão sempre presentes as boas recordações e memórias e o medo de não ter outras iguais ou melhores com outra pessoa, igual ou melhor que qualquer ex. 

Mas uma coisa é certa: mereces ser feliz. E tu podes pensar que não és boa o suficiente para mim. Mas amor, eu sinto que tu é que és boa demais para mim. Eu é que te deixei escapar, te desprezei, te ignorei, que me envolvi com a tua melhor amiga, entre tantas outras asneiras.

Sei que não posso voltar atrás no tempo e que não tenho perdão para o que te fiz passar, mas sabes que te amo e não quero voltar a deixar-te sair da minha vida e não quero apenas ver-te uma ou duas vezes por mês e falar por mensagens. Quero poder-te ver sempre, com um sorriso ou poder-te abraçar, proteger-te e dizer que tudo irá correr bem e te poder beijar, todos os dias, do resto das nossas vidas.

Não tenhas medo, pequena. Eu estou aqui.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Incertezas Tactuais

(Cliquem play e leiam devagarinho para vós. A história é minha mas podia ser facilmente vossa. E garanto-vos, que enquanto lêem, alguém aparecerá na vossa mente com o qual identificam estas palavras. Resto de boa semana, meus raios de sol).


Levaste-me ao passado. Sorriste outra vez para mim e fizeste-me recordar o dia em que nos conhecemos. O primeiro sorriso que me lançaste prendeu-me a teu lado e uma foto juntos era a única coisa que ainda guardava tua.

Até voltares a aparecer. Estás diferente, com novo penteado e vestuário. Mas mais crescida e imatura como sempre o foste. A nossa amizade manteve-se por este tempo todo e mantenho o nosso passado presente, para me relembrar o que é ser feliz, o que é saber amar e sentir-me amado.

Sim, longe vão esses tempos. Agora somos amigos e assim o prefiro. Brincamos mais, picamo-nos e gozamos as pessoas em nosso redor e até saímos juntos e provocamos ciúmes noutros casais. Mas não somos um. Estás comprometida e para mim é quase casamento e eu estou esperando alguém. 

Mas continuamos a falar, a sair e a nos tocar, entre abraços e beijinhos na cara. Continuamos a parecer um casal de pré-namorados, prestes a dar o passo decisivo. Mas não o daremos pois a nossa história já terminou e não acredito em segundas hipóteses.

Não resultou à primeira, não resultará à segunda e nem haverá terceira nem por aí além. Somos únicos e gostamos da companhia um do outro e temos carinho um pelo outro. E vejo-te como parte da família, como se fosses uma irmã para mim. 

E é assim que te quero para sempre recordar: irmã pequena, extrovertida e confiante, o exacto meu oposto. Sorrio porque sei que és feliz e sorrio porque ambos sabemos que um dia eu encontrarei a felicidade outra vez.

Mas ultimamente temos tido alguns momentos: as saídas com outros casais, as chamadas a meio da noite, as saídas depois do trabalho ou mesmo à noite, as idas a tua casa e os toques, beijinhos, abraços e picardias entre nós. E têm-se tornado cada vez mais íntimos, o que me faz afastar um pouco e nada te dizer.

Sei que te magoa mas não vou voltar a abrir a porta ao passado presente em mim para se tornar futuro. Não vou dizer sim. Não vou estar sempre contigo para te ajudar. E ambos sabemos que em breve vais embora de vez e nunca mais nos veremos e falaremos.

Ficarão lembranças da tua voz, do teu riso e do teu sorriso, mas o que mais guardarei de ti será sempre a nossa foto. Foi assim que começámos: uma foto onde mostra o nosso abraço e as nossas caras de felicidade e sorrisos. E assim acabou a nossa última saída: um abraço, um sussurro e um beijo na cara, em jeito de despedida, com um direito a um último sorriso.

És feliz e eu o irei ser com alguém. E quem sabe se esse alguém já não percebeu que também quer ser feliz comigo? Mas até lá, sabes que serás sempre bem-vinda a ligar-me ou a marcar um café que eu arranjarei sempre tempo para te encontrar e rirmo-nos de histórias do passado e do presente, enquanto deixamos o tempo voltar atrás e relembrarmo-nos da altura em que éramos crianças e que tudo era mais fácil, inclusive a felicidade.

Faz boa viajem, irmã.
Até qualquer dia.
Um beijinho na testa e um abraço forte.
Deste parvo que só te quer ver com um sorriso.


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Sorriso de Segunda-Feira




Acordei. É segunda-feira. Devia estar chateado pelos dias de descanso terem acabado e ter de voltar à rotina diária de casa-trabalho-casa-repetir. Devia é a palavra que sublinho aqui. Mas não, ultimamente acordo sempre com um sorriso na cara e um pensamento na cabeça.

A rotina continua a ser a mesma mas já não enfrento o dia com um sentimento de apatia e inércia. Cada vez mais começa a ser comum acordar com um sorriso e cumprimentar tudo e todos e tentar animar as pessoas com quem me cruzo.

Porque será? É fácil: sou uma pessoa demasiado emocional e influenciável. E neste momento existe algo que me influencia. Algo que mexe com o meu coração e com o lado emocional, fazendo o lado racional silenciar-se e deixar-se levar num estado comatoso ou apenas não se manifesta porque lá no fundo, estou a fazer a coisa certa, para mim e não só.

A minha disposição influencia os meus amigos, família e estranhos, como acontece com todos. Se for simpático, serei tratado com simpatia. Mas agora, o que posso e mais gosto de dar é o meu sorriso e sentir um calor pequeno dentro de mim, que me aquece a alma e me acalma e ajuda a enfrentar as adversidades do meu dia-a-dia.

Mas porque estou assim? Porque me deixo ir nesta onda optimista quando eu sempre fui um pessimista que esperava sempre o pior, preparando-me para tal? Simples: tem a haver com duas situações que se complementam: já falei daqui de algumas emoções mais românticas que tive mas esta faz-me sorrir, como já não sorria há tanto tempo.

Sorrio por ela. Por ela quem? Bem, ela sabe que estou a falar dela e sabe que me tem enfeitiçado. Mas eu podia escapar. Mas não quero. Durante muito tempo vivi na sombra da minha sombra (algo que provocou o nascimento deste meu/nosso pequeno espaço cibernético) e via o mundo em tons de preto, branco e cinzento.

Mas com ela, sempre que estou com ela, olho para ela, penso nela ou recebo um sorriso ou até mesmo um carinho dela, vejo tudo à minha volta a ganhar cor, cores vivas e fortes que se destacam e apontam para ela, tornando-la a razão do meu sorriso e da minha boa disposição.

Alguém que sempre esteve lá nos meus piores momentos. Ela ajudou-me a regressar a este universo colorido e quis recuperar uma amizade que tínhamos abandonado há tantos anos atrás. Tempo perdido, irrecuperável, mas parece que não passou um segundo desde que nos conhecemos.

Fiquei cativado pelo teu olhar e teu doce e tímido sorriso. Nunca tive a oportunidade no passado de te dizer isto, mas sempre senti que o teu abraço era a única coisa que precisava para ser feliz. Sei bem que nunca tivemos a hipótese real de tentar. Por muita culpa minha. Admito a minha estupidez.

Mas aqui mostro que estou determinado em recuperar o tempo perdido, em criar uma história, onde desenharemos as linhas e as havemos de colorir, por entre carinho, sorrisos e abraços.
E já te contei o que sinto, já te mostrei o meu verdadeiro eu. E tu confias em mim.

Mas tens medo. Não te sentes preparada. Não te achas suficiente para mim.
Ninguém é perfeito, pequena, Nem eu, nem tu, nem ninguém. Mas eu admiro as tuas imperfeições e as considero perfeitas em ti, tornando-te única, especial.

Podia aqui enumerar adjectivos que te descrevam e defeitos que acho que te tornam mais incrível mas isso tu lá no fundo sentes. Mas talvez o maior elogio que te possa fazer é o seguinte: "Quando me olho ao espelho, vejo-te a ti. Vejo uma versão masculina tua. E faz sentido.

Somos ambos pessimistas que se gostam de rir. Temos medo de sofrer em relações e não só, entregamo-nos totalmente e emocionalmente numa relação, só sabemos viver aos extremos, ao oito ou oitenta e vemos uma pessoa perfeita à nossa frente.

Eu gostava de estar contigo agora. Mas por enquanto, apenas sonho. E esse é o motivo para acordar com um sorriso na cara: sonho contigo. Sonho uma vida normal entre nós. Chegarmos a casa, largarmos  tudo e sermos felizes juntos, entre cães e gatos e crianças. Apenas eu e tu. E o sonho acaba sempre da mesma maneira, que é a minha favorita: deitados na cama, a dormir de frente um para o outro, encostados um ao outro e despeço-me sempre com um beijo na tua testa, dizendo: Boa noite princesa, até amanhã" e acordo.

Acordo. O alarme toca e traz-me de volta à realidade que tu ali não estás comigo e que tenho de me despachar para ir trabalhar. Mas sorrio. Sorrio porque sou felizardo em saber que gosto muito de ti, muito mesmo e porque sei e sinto que tu sentes o mesmo por mim.

Espero que te convença que és areia de mais para mim, que eu sou insuficiente para ti e que mereces alguém melhor. Mas ambos sabemos que juntos somos . . . perfeitos.
GMDT pequena princesa. Adoro-te S.S. Apenas . . . deixa-me entrar nos muros que ergueste em teu redor e deixa-me te amar . . . tal e qual como tu mereces.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Emendar Erros


Não sei o quanto já te disse que estás bonita hoje.
Talvez já te tenhas fartado dos meus elogios, provavelmente aqueles que ouves de qualquer outro rapaz por quem passa por ti e não resiste a mandar-te um piropo.

Frases do género: "Os teus olhos azuis são um convite a perder-me no vasto oceano que é a profundeza do teu inocente e lindo olhar". Ou algo assim.
Já não sei quantas vezes te mandei piropos, e por muito que sei que não gostas deles, sabes o quanto gosto de ti.

Já não seria a primeira vez ou a segunda que te dizia aquelas quatro letras que tornámos tão especiais entre nós. As letras "GMDT" que significam algo simples mas bonito e poderoso, não fosse o sentimento associado a elas. Gosto Muito De Ti, princesa.

Acho que ambos o sempre soubemos e sentimos. Andámos em vidas diferentes e com pessoas diferentes. Mas nunca nos esquecemos. E o destino assim quis. Quis que nos nossos piores momentos das nossas vidas, déssemos de caras um com o outro.

E pela primeira vez há muito tempo, tenho um motivo para sorrir ao falar.
Acordo e espero que tenhas um óptimo dia, ao final de tarde meto um pouco de conversa contigo e vou-te picando. Sei que és inocente no teu ar e na tua maneira de ser mas já me conheces e aceitas-me assim. Queres-me assim....

O que eu mais quero é estar contigo, falar-te, segurar-te a mão, afastar o cabelo dos teus lindos olhos que me mantêm presos na tua linha de visão e que fazem o meu coração falhar um batimento cardíaco.
Já te disse o quanto tu és perfeita hoje?

Gostava tanto que aqui estivesses comigo.
Gostava de te poder ouvir falar do teu dia, de te poder abraçar.
De te levar à praia e debaixo de um bonito pôr-do-sol, te agarrar, atirar-te ao ar, fazendo-te sentir um misto de receio e segurança, adrenalina e paixão e no fim, puxar-te para mim e dar-te aquilo de que mais precioso eu tenho: o meu coração, na forma de um beijo, longo e doce, tal como tu, tal como mereces.

Não me importa o que as outras pessoas dirão.
Digam que eu posso fazer melhor.
Digam que tu podes fazer melhor.
Digam que somos incompatíveis.
Digam que não resultará.

Mas ambos sabemos que estão errados.
Ambos sabemos o quão bem ficamos juntos.
E ambos sabemos que não podemos mudar o passado e apagar o erro que cometemos há quase seis anos. Mas podemos voltar a pegar as mãos como na primeira vez, voltar a olhar para a alma de cada um e corrigir esse erro. Mais vale tarde do que nunca, e eu quero poder lutar por ti.
Mas quero ter a tua autorização, quero que me digas que eu posso te conquistar, que tenho licença para te levar a passear, fazer-te sorrir e reconfortar-te nos maus momentos.

Apenas sabes, minha pequena princesa, que posso ter apenas olhos castanhos mas eles estarão sempre hipnotizados pelos teus. Eu sei que me queres mas tens medo. Mas eu estou aqui, de braços abertos, te esperando. Que me dizes, princesa? Perdoas-me por este tempo todo e dás-me uma oportunidade de te fazer feliz?

GMDT S.S. ...