quarta-feira, 30 de março de 2016

Conforto do Inconformado


Sinto que devia fazer um fast-forward na minha vida e devia-me deixar hibernar um pouco.
Entregar-me completamente aos lençóis e cobertores que me aconchegam e deixar a minha mente repousar no conforto frio da almofada que me suporta.

Provavelmente não perderia nada em adormecer e ficar uns bons tempos na cama e provavelmente quase ninguém daria pela minha falta (ou até mesmo se importaria). Eu queria dormir uns bons meses e acordar revigorado, descansado e renovado, para abrir a janela e enfrentar o novo mundo que existe.

Vivi muito, talvez demasiado e o meu corpo clama por uma paragem, um pequeno descanso horizontal. Mas não lhe posso dar o descanso que tanto merece. Tenho de lhe dar o descanso que lhe posso dar em cada dia e isso são meia dúzia de horas.

Claro que os dias são começados em modo automático mas pouco a pouco vou despertando e lá tento acompanhar e recuperar uma manhã perdida na terra dos sonhos e pesadelos e me ambiento à realidade.

Por vezes é complicado e é preferível manter o piloto automático e deixar-me ir embalado no ritmo a que começo o dia. Precisava não de férias mas sim de uma nova realidade. Por exemplo, pegar numa mochila cheia de latas de atum e um saco-cama e percorrer o país, a Europa, raios, porquê não o Mundo?

Novas experiências, novas aventuras, sozinho como sempre me senti desde miúdo e descobrir centenas de novas emoções e sensações. Mas esse tempo e essa alma de aventureiro não é a minha. Não me identifico com ela.

Identifico-me com um Urso Polar: hiberna alguns meses, anda muito tempo solitariamente, é frio por fora mas quente por dentro. Mas nasci humano e como tal, tenho responsabilidades. E muitas delas me obrigam a sair da cama.

Talvez seja por isso que aparente sempre pessimista, triste, abatido. Não estou ferido mas apenas cansado e gostava de ter um descanso. Mas não o terei tão cedo. Talvez na reforma mas até lá, este pequeno Urso vai caminhando em direcção à próxima responsabilidade, até chegar ao fim do dia, se alimentar e recolher-se para um pequeno sono. Durmam bem. 

terça-feira, 29 de março de 2016

Oportunidades Perdidas


Abro a janela e me sento no parapeito.
Olho para o céu e vejo as estrelas.
A Lua também está presente, trazendo a sua luz.
Uma paisagem tão bela que se reflecte no lago à minha frente.

Desço da janela e vou até ao lago.
Calmo e sereno, enquanto é banhado pela beleza que o céu oferece.
Passo a mão pelo lago, interrompendo a calma que nele estava.
E vendo pequenas oscilações, enquanto a imagem se torna distorcida.

Como eu gostava que estivesses ali.
No meio do campo, junto ao lago.
Correndo e rebolando pelos campos de flores.
Enquanto o luar seria um holofote para a tua dança.

Com o teu vestido branco florido.
Que se confunde entre tulipas e malmequereres.
À medida que o vento que provocas.
Faz os dentes-de-leão se esvoaçarem e se perderem pela noite.

Como és bonita, tão doce e meiga.
Tu és tão natural que se confunde com a Natureza em redor.
Sempre estiveste lá quando mais precisei.
Sempre de forma simpática, amiga, carinhosa.

Nunca houve nada entre nós.
Nunca te olhei verdadeiramente assim.
E hoje sinto-me arrependido de não o ter feito mais cedo.
Gostava de o teu feito ontem mas hoje é ainda dia.

Nunca realmente te valorizei verdadeiramente.
Tomei-te como garantida. Acreditei que sempre aqui estarias.
Tantas as conversas nocturnas, tantos os passeios.
E continuei a não conseguir ver para além do teu sorriso.

Não consegui ver o brilho que tinhas sempre no olhar.
Nem senti a força e o carinho dos teus abraços.
Nunca ouvi realmente o sentimento que colocavas em cada palavra que me dirigias.
Nunca verdadeiramente olhei para ti com olhos de ver.

E arrependo-me de não o ter feito mais cedo.
De não ter acariciado os teus cabelos ondulados.
De ter dado um abraço mais forte e sussurrar-te que tudo iria correr bem.
De não ter dito que precisava de ti, que queria precisar de ti.

Podes não estar mais disponível para mim.
Podes ter seguido em frente com a tua vida.
Mas sempre saberás que comigo podes contar.
E quem sabe um dia, tenha a oportunidade de to mostrar.

sábado, 26 de março de 2016

Vela a Descongelar


Sinto que sou uma vela prestes a apagar-se.
Vejo muitos casais felizes e fico feliz por eles.
Muitas vezes, casais amigos meus me convidam a sair e passar um bom bocado.
Talvez demasiadas vezes, pois normalmente acabam aos beijos e apalpões e flirts pouco subtis.

Mas com isso não tenho problema nenhum.
O que me custa é sempre o regresso a casa.
Aquela felicidade esporádica acaba por dar lugar a um sentimento misto de tristeza e inveja.
Tristeza porque não tenho algo assim e inveja porque os outros têm algo assim.

Sou convidado regularmente a segurar um candelabro a quase (seja em restaurantes, em passeios ou até mesmo em carros) enquanto ilumino com a minha presença as exibições calorosas de amor que aquecem aqueles pequenos metros quadrados que dispomos mas que me vão apagando a minha chama.

Eu estou feliz por eles mas talvez porque me sinto eu sozinho quando na verdade não o estou.
Tenho poucos mas muito bons amigos que gostam da minha presença, da minha timidez e da minha infantilidade séria mas sinto falta de algo que me dê vontade de sorrir.

Não estou desesperado em arranjar namorada (não, também não estou a falar de falta de sexo).
Se quisesse arranjava uma rapariga qualquer mas não é isso que pretendo.
Não quero um amor fugaz.

Quero um amor quase parecido aos que vemos nos filmes: a cumplicidade, a amizade, as zangas, as pazes, as alegrias, as tristezas, enfim, tudo a que tenho direito numa relação. Isso é o amor.
Como todos sabem, já passei por algo assim e sei o quão bom era acordar com um sorriso na cara, dar os bons dias, ir alegre para o trabalho e dar as boas noites, adormecendo com um sorriso.

Era rotina mas era a minha rotina favorita. E isso posso ter com qualquer pessoa. O que não posso ter com qualquer pessoa é o sentimento que vem por trás dessa rotina: o sentimento de amor.
O amor não só físico nem psicológico mas também o amor emocional, carnal e total. Aquele amor que nos convence que vivemos apenas para colocar um sorriso na nossa cara-metade.

Mas esse amor não aparece. E enquanto eu espero por ele, lá vou usando os fósforos que me restam para reacender de novo a vela que servirá para iluminar a noite de qualquer outro casal meu amigo. E fico feliz por poder presenciar e pertencer em espaço, ao amor que brota de qualquer casal que me convida.

São memórias que se criam para o futuro e tenho todo o gosto em me encontrar presente nelas.
Mesmo que implique que a tristeza me invada após apagar a vela.
Pois o amor é vivido também por dor e essa já a tenho.
Já é hora também de acender a vela e acender o amor entre mim e ti e poder ter uma razão para acordar de manhã com um sorriso na cara.

sexta-feira, 25 de março de 2016

2300

E pessoal, chegámos às duas mil e trezentas visualizações.
Às 2.300...

Em nome de todo o pessoal do blog, obrigado por nos acompanharem e continuarem a nos apoiarem.
Significa bastante para nós saber que o que aqui escrevemos é lido e comentado por vocês todos.
E queremos continuar a dar-vos mais e melhores posts, que vos façam sentir todo um conjunto de emoções, desde alegria, tristeza, raiva, dor...

Tudo e mais alguma coisa.

Obrigado e espero que continuem por aqui.
Obrigado.

Beijos e Abraços das Vossas Sombras.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Queima-me


É Domingo de manhã. Dia de ir à missa.
Lá me vou levantar da cama.
Quando apareces e saltas para cima de mim.
E sussurras para o meu ouvido: "Hoje apetece-me pecar".

Perdoa-me Deus mas tenho de libertar o demónio que há nela.
E enquanto ela me espeta um beijo rápido.
Despe-me e despe-se e ordena-me:
"Fode-me e leva-me por maus caminhos"!

Quem sou eu para não sucumbir aos seus caprichos?
Coloco-me em cima e dentro dela.
Ela sente-me e eu sinto-a.
E não me contenho, dando-lhe o que ela tanto ansiava.

E ela crava as suas unhas nas minhas costas.
E me morde o pescoço, deixando marcas de sangue por onde toca.
Ela está possuída, não por um demónio mas por mim.
E planeio cumprir o seu desejo e levá-la para o fogo mais intenso que ela sentirá.

Sinto o sangue nas minhas costas a escorrer.
Enquanto ela crava cada vez mais fundo a cada investida minha.
E ela muda o jogo e coloca-se por cima de mim.
E ela usa-me como um trampolim enquanto me arranha o peito e deixa a sua marca.

Nunca soube o quão doloroso poderia ser o amor.
Mas apesar da dor, sentia-me excitado.
Entregue ao meu lado selvagem e a ela.
Enquanto me sentia cada vez mais fundo e fundo.

Ela queria mais e mais e eu queria-lhe dar toda a minha essência.
E peguei nela e coloquei-a contra o vidro da da varanda.
E enquanto por trás lhe dava com força.
Os vizinhos lá iam fazendo a sua vidinha lá em baixo.

Todos nos viam e ouviam mas nós estávamos noutro nível.
Estávamos entregues aos demónios que contínhamos.
E ela pedia para parar mas eu disse-lhe que não.
E ela atirou-me para a cama e exigiu que lhe desse tudo o que continha em mim.

E a puxei entre voltas e cambalhotas.
Dava-lhe tudo o que tinha e que não tinha.
E ela já suplicava por misericórdia de Deus.
Mas eu disse-lhe que ali ele não estava, só nós.

E ela sorriu e gritou o meu nome.
Uma e outra vez.
Até que o seu grito prolongado se findou em silêncio.
Assim que sucumbimos ao êxtase a que alcançámos e nos deixámos adormecer.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Correio

Tu não imaginas.
A agonia que me fazes passar.
Não sei o que me dói mais:
Se a ausência das tuas mensagens.
Ou o facto de quando me falas, não falas da carta que te mandei.

Disseste que tínhamos de falar.
E eu disse-te que sim, que o faria.
E perguntaste-me se preferia receber uma sms ou uma carta.
E aí fiquei triste, porque ambas as hipóteses eram à distância.

Entendi que era um "não".
Um "não" que me ias dar.
Mas não desisti.
E pedi-te para me seres honesta da forma que tu quisesses.

Silenciaste-te e os dias passaram.
E eu pensei que a tua escolha tinha sido a carta.
Mas os dias iam passando e nada dizias.
E eu ia torcendo para receber um "sim" teu.

Ia todos os dias à caixa do correio.
Na esperança de ver uma carta tua para mim.
Mas a caixa estava vazia.
Assim como o meu estado de alegria.

Mas lembrei-me de algo.
Tu não ias perder tempo para me enviar um "não" por carta.
E lembrei-me que provavelmente me farias chegar a carta numa altura especial.
E que melhor data seria que a do meu aniversário?

E o meu aniversário chegou.
E estou no trabalho mas pensando se carta já chegara.
Se o senhor do correio já deixou lá.
E se sim, o que lá dentro se encontraria escrito.

Espero que me tenhas enviado a carta.
Espero que me tenhas dito que sim, que sentes algo por mim.
Sabes que sou doido por ti e que me fazes feliz.
E gostava de te fazer sentir o mesmo por mim.

Dás-me indirectas que gostas de mim.
Mas dás-me distância e constróis muralhas entre nós.
Eu pensei em afastar-me, não sentir mais dor.
Mas eu gosto de ti e vou tentando superar qualquer obstáculo que exista entre nós.

Se não tiver a carta hoje.
Não saberei o que fazer.
Sei que devemos uma conversa um ao outro.
Mas agarro-me à esperança da tua carta.

Mandaste-me mensagem de parabéns.
E ainda falámos um pouco.
Mesmo depois de teres lido a minha carta.
E sabendo o que sinto por ti.

E continuas a dar-me esperanças.
Sabendo que só te consigo ver com amor no coração.
Não sei se me torturas por prazer.
Ou se estás a testar-me para ver se o "nós" é mesmo para valer.

Não sei quantas provas precisas.
Para te convencer que te amo.
Mas aqui vou continuando a tentar.
Mesmo que o assunto estejas a evitar.

Decidi que se nenhuma carta me tivesses dado hoje.
Falaria contigo normal e te convidaria a sair.
Sabes que vamos ter de falar disto.
E sabes que prefiro que me dês um "não" justificado.
Do que evites dar-me uma resposta.

Tantos anos que nos conhecemos.
Sabes bem que tipo de pessoa eu sou.
Assim como sei quem tu és.
E tu para mim és tudo...

Não te escondas...
Não me evites...
Vamos falar cara a cara, sem armas ou defesas.
E descobrir que nos estamos ou não, um pelo outro a apaixonar.

sábado, 19 de março de 2016

Penso em Ti



Podia continuar a flirtar.
Podia continuar de ti a curtir.
Mas sei que vais ignorar.
E fingir estar a dormir.

Então aqui vou escrevendo.
Na fé de te ver sorrir.
Embora não te tendo.
Não planeio de ti fugir.

Aqui continuo a falar.
Com a distância a nos afastar.
Mas sabes que não vou parar.
Enquanto conseguir fazer.te corar.

E apesar do sono que tenho.
Aqui não me calo.
Insisto e por ti eu venho.
Por um beijo ou por um estalo.

Raparigas muitas o são.
Mulheres já são menos.
Então guardo.te no coração.
A ti e ao que nós temos.

Não te esqueças de sorrir.
E do teu olho piscar.
Também te podes rir.
Só não deixes de me falar.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Algo Diferente


Hoje vou sair da rotina.
Quero ceder ao meu instinto animal.
Vou pegar em ti e puxar-me para junto de mim.
E fazer de ti uma mulher realizada.

Pode ser mesmo na cozinha.
O jantar pode esperar.
Posso-te abraçar por trás e mordiscar o pescoço.
Enquanto as minhas mãos te desapertam a camisa que usas.

E paro, deixando-te confusa.
Queres jantar mas algo em ti despertou.
Queres que continue. Ousas que eu abuse.
Que te use como nunca o fizera.

O jantar lá fica para depois.
Assim que te volto a puxar para junto de mim.
E volto a marcar o meu território no teu pescoço.
Enquanto as minhas mãos percorrem caminhos diferentes.

Enquanto uma continua a brincar com os teus botões.
A outra vai descendo e te provocando.
Tu bem tentas mas não resistes.
O teu apetite já é outro.

Tu própria me empurras para trás.
Viras-te para mim e tiras a camisa.
Tu queres que te leve aos céus.
E eu estou aqui para corresponder aos teus caprichos.

Eu pego em ti pela tua cintura.
E agarrando-te forte pelo rabo.
Te vou mordendo os lábios e a língua.
Enquanto com um braço atiro pratos e faqueiros para o chão.
Limpando a mesa que servia de refeição.

Mas que importa isso neste momento?
Somos apenas dois animais, rendidos ao nosso desejo.
Não vai ser amor mas é o que ambos precisamos neste momento.
E eu não te faço esperar para te levar ao céu.
Quando rapidamente invado a tua privacidade.

Mas tu queres. Tu anseias. Tu suplicas. Tu ordenas.
Ordenas que uses e abuses de ti.
Que faça de ti uma mulher enquanto tu de mim fazes homem.
Embora os vizinhos se queixem do barulho.
Tu queres gritar em direcção aos céus.

E eu vou-te levando lá.
A cada investida mais forte, libertas um gemido de prazer.
Que se transforma num grito maior que o anterior.
E tu suplicas por mais rapidez e força, enquanto sinto os teus líquidos em mim.
É assim que te planeio levar ao céu esta noite, sem pudores nem tabus.
Só tu e eu, entregues ao nosso instinto mais animalesco que possuímos.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Desejo-te


Um raio de luz.
É o que me entra por entre os estores da janela.
E me vem acordar do meu sono.
Mas é a segunda maneira preferida da forma que gosto de acordar.

A primeira é quando tu me dás um beijo de bons dias.
O dia até pode ser difícil, até pode estar a chover.
Pode o patrão dar-me montanhas de papelada.
Mas esse teu beijo consegue-me dar forças para até atravessar paredes.

Mas com a chuva que lá fora se faz.
A minha vontade é de te puxar para dentro dos lençóis.
E não sairmos de lá tão cedo.
Enquanto nos entregamos ao desejo que nutrimos um pelo outro.

Poder-te arrepiar a pele.
Enquanto beijo cada centímetro do teu corpo.
Bem sei que mordes o lábio.
E não resistes aos meus avanços e francamente, não queres que pare.

Sei bem que queres que continue.
Que te abrace, te beije os ombros e o pescoço.
Deixando-te louca de desejo.
E libertando o teu sentimento mais íntimo.

Sabes que não temos tempo.
Que vamos atrasados chegar ao trabalho.
Mas não queres que pare: Suplicas para não parar.
Enquanto te vires para mim e me arrancas outro beijo forte, cheio de luxúria.

Pronto, agora com certeza que vamos chegar atrasados.
Mais vale o momento aproveitar.
Conseguiste que eu deixasse de dormir.
Permite-me que te comece devagarinho a despir.

Cada pedaço teu é um doce.
Que me faz crescer o desejo.
Também me queres picar.
Com as tuas mordidelas pelo meu pescoço.

Sabes que não te consigo resistir.
Sabes que me controlas com os teus lábios.
Consegues que me deixe seduzir por ti.
Quando na verdade, eu é que te estava a guiar.

Mas não importa quem convidou quem.
Debaixo destes lençóis conseguimos gerar calor suficiente para queimar a cama.
Mas ambos sabemos que eles hão-de voar.
Assim que nos sentirmos unidos num só.

É segunda-feira de chuva.
Mas consegues transformá-la no melhor dia da semana.
Vale tudo quando estamos juntos.
E francamente, quem sou eu para resistir a ti?

segunda-feira, 7 de março de 2016

Meu Aniversário


Faço anos hoje. Iupi...

Digo isto com o maior sentimento de sarcasmo que possuo. Para mim é mais um dia normal como qualquer outro. Olha boa, até calha a uma segunda-feira, logo dia de trabalho normal.
E lá vou ter de ouvir o pessoal do trabalho a desejar-me os parabéns.
Será que ainda vou a tempo de meter um dia de férias?

É raro gostar de fazer anos. São poucas as vezes que gostava de receber os parabéns de alguém e de ter um dia só meu. Ainda hoje sou uma pessoa que gosta de passar despercebida e que não tem nenhum interesse se faz vinte e três, vinte e quatro, trinta ou dezoito anos.

Eu não ligo à minha idade, ao ponto de quando me perguntarem quantos anos tenho, frequentemente faço cálculos pela diferença entre o ano actual e o ano de nascimento e me recordar qual o dia em que devo celebrar o meu aniversário.

Liguei mais quando era garoto e recebia brinquedos e livros. Mas nunca fui fã de ter toda a família e amigos reunidos a cantarem-me parabéns e baterem palmas, enquanto eu ficava imóvel a olhar para as velas do bolo e a tentar não mostrar a minha vergonha.
(Bem, ainda hoje o faço: sou introvertido, o que esperavam?).

Um aparte: o que se deve fazer mesmo quando ficamos nesta situação acima descrita?

Continuando...

Mas existem dias felizes de aniversários que eu me recordo, já a partir da casa em que superei a minha pré-adolescência (doze anos): aconteceram no espaço temporal em que estava a namorar.
Ou seja, pelo menos dois aniversários me correram bem, pois eram simples:
De manhã era faculdade/trabalho, à tarde até jantar era com a família e de noite com a namorada, a ver um filme ou a passear a sua cadela (ou até mesmo outras coisas :p).

Nenhum extraordinário, apenas simples....
Tal como eu gosto que sejam.
Este ano estou solteiro e provavelmente quando este dia chegar deverei continuar solteiro.
E sendo um dia de trabalho, o meu dia será algo deste género:
trabalho e parabéns dos colegas, jantar com a família e mais parabéns e depois facebook, youtube  e internet no geral, até me dar o sono e ir dormir para acordar cedo para ir trabalhar.

Não gosto lá muito de fazer anos, pois para além de me relembrar que estou velho, relembram-me duas coisas:
Que estou mais perto da morte (E este é um tema tabu, pois não me atrevo a pensar na vida pós-Filipe e no que me acontecerá pós-morte) e porque simplesmente não sou propriamente um fã de festas (ver texto sobre Carnaval).

Talvez este ano desbloqueie a minha data de aniversário nas redes sociais e verei quem me manda mensagem, pois o ano passado estava bloqueado e contava-se pelos dedos de duas mãos (se tanto), o número de pessoas que se lembraram que fazia anos.
Mas fora essa pequena atenção que ganho, será um dia como qualquer outro para mim e sendo honesto, eu prefiro assim.

A única coisa que acrescentava era poder celebrar o meu aniversário com alguém especial, com uma namorada e podíamos ir passear, com ou sem o cão ou gato dela (ou qualquer outro animal) mas se estivéssemos juntos, já seria um aniversário especial.

Honestamente, os únicos dias de festa que celebro são os dias que passo junto com a pessoa que amo. Sabem porquê? Porque nunca haverá mais nada nem ninguém importante que ela. E isso sim, me fará feliz se puder estar com alguém que ame, todos os dias, para o resto da minha vida.
Feliz aniversário Filipe.

P.S.: Feliz Aniversário também a todos os que fazem anos neste dia 7 de Março. Que tenham um óptimo dia, cheio de alegria e boas surpresas e que o celebrem com um sorriso. Todos vós são especiais à vossa maneira e todos os que vos rodeiam sentem isso mesmo.
Divirtam-se e que sejam felizes.
Beijos e Abraços de uma das vossas sombras preferidas.

sábado, 5 de março de 2016

Quero-te


Sabes o que é o mais cliché?
É dar-te uma rosa.
Sabes o que é mais bonito?
É juntar uma flor a outra flor.

Posso-te pegar na mão?
Quero-te levar a sentir novas experiências.
Abrir-te portas a um novo mundo.
Aterrador, excitante e enorme.

E quero-me aventurar nele contigo.
Quero poder te ter nos meus braços.
E deixar-me levar pela pequena brisa.
Que faz ondular os teus finos cabelos.

Quero poder te puxar para junto de mim.
E te conduzir numa dança.
Pode ser em público, com dezenas de olhares em nós.
Mas nesse momento, o mundo se resumirá apenas a nós os dois.

Quero te poder ver em vestidos de gala.
E te poder abrir a porta do carro.
Te puxar a cadeira para poderes sentar à mesa.
E brindar a nós, à luz das velas.

Quero poder passear contigo.
E à mínima aragem que te arrepie.
Possa despir o meu casaco e colocá-lo sobre os teus ombros.
Enquanto tu agarras o meu braço.

Quero poder tirar uma fotografia.
Para mais tarde recordar.
A primeira de muitas memórias.
Que contigo gostava de partilhar.

Quero te poder levar a casa.
E te ouvir falar do teu dia.
Participar nas tuas aventuras.
E ser o teu cavaleiro branco.

Quero ser o único a acompanhar-te.
Quero ser teu, te pertencer, no teu coração.
Tu cativas-me com o teu olhar.
E o teu sorriso me faz voltar por ti a apaixonar.

Quero poder contigo ir passear à beira-mar.
Sentir a a tua mão na minha.
Enquanto água e areia se encontram nos nossos pés.
E trocar um beijo debaixo do pôr-de-sol que testemunhará o nosso amor.

Quero-te... Apenas... Quero-te...
Tu sabes que sou teu, hoje e sempre.
E eu preciso de ti, como tu precisas de mim.
Não te faças de difícil. Apenas... Quer-me de volta...

quarta-feira, 2 de março de 2016

Chuveiro



Eu fingi estar a dormir.
Enquanto tu te levantavas da cama.
Colocaste o teu robe e foste para a casa.de.banho.
E ouvi a torneira de água quente ligar.se.

E a porta meio estragada lá chiou para fechar.
O esquentador lá fez barulho. Levantei.me da cama e segui o mesmo ritual:
Lá abri a porta e entrei devagarinho.
Vesti o meu robe e dirigi.me à mesma divisão.
E junto à parede de vidro embaciada perguntei: "Precisas de ajuda"?
Aquelas gotas me sabiam bem mas a companhia ainda melhor.
E tu respondeste que talvez precisasses.
Não esperei que mudasses de ideias e fiz.te companhia.
Sinto o teu toque no meu cabelo.
Coloquei.te o gel de banho mas costas e gentilmente as esfreguei. E viraste.te para mim e passaste as tuas mãos brancas pelo meu cabelo.

E acabo por te imitar, puxando a tua cabeça para a minha. Trocando um beijo ensaboado. Claro que nos deslocámos para debaixo do chuveiro e ali nos deixámos ficar.

Era difícil perceber onde começava e acabava o corpo de cada um.
Apenas a sentir a cascata de litros de água que aterravam em nós. E se espalhavam pelas nossas caras, olhos, bocas e qualquer curva dos nossos corpos. Misturados e apenas juntando mais vapor àquele calor.
E tu não queres que me controle.
Tu provocas.me com as tuas mãos. Cuidando de mim e ao mesmo tempo me acordando. Sabes bem o efeito que tens em mim. Quando estamos juntos, demasiado juntos, agarrados, colados . . .
Sabes que não me vou controlar.
E deixas cair o gel de banho, dobrando.te para o apanhar.
Tu deixas.te cair de joelhos. Enquanto o teu corpo acabo de lavar.
Mas eu puxo.te para cima e empurro.te para o vidro. Sabes bem o que despertaste em mim. E mordes o lábio pois sabes bem que me queres dentro de ti.
Não existe ninguém melhor que eu para o fazer.
Claro que não foi inocente o teu gesto. E sei bem o que tu queres.
Se o teu desejo é tão grande de te sentires mulher.




E ambos o sabemos.
No momento em que te agarro nas ancas.
E nos tornamos num só.

2200


A hora está errada mas é apenas um número.
E o número de hoje é Dois Mil e Duzentos (2.200).

Duas mil e duzentas visualizações aqui no nosso pequeno blog.
Obrigado a todo o pessoal que aqui continua a acompanhar as aventuras deste nosso quarteto fantástico.

Apesar de estilos diferentes de escrita, todos convergimos para o mesmo objectivo:
Vos tocarmos na alma e no coração.

E vocês têm correspondido com o vosso amor e carinho.
Esforço e dedicação, glória e devoção.
Pronto, fora juízos futebolísticos à parte (uma vez que estou aqui em desvantagem), obrigado por nos continuarem a acompanhar nestas nossas caminhadas ao topo.

Topo do quê? Da fama, sucesso, riqueza?
Não. Apenas ao topo da felicidade de cada um de vós.
Era espectacular sermos reconhecidos no nosso dia-a-dia.

(Consigo imaginar todos num programa do Você na TV com o Goucha e o sr. Ed a "galar" a Cristina Ferreira. Menos Ed).

Vá, agora fora brincadeiras.
Pessoal, obrigado por aqui continuarem e esperamos continuarmos a ver-vos cada vez mais vezes e em maior número.

Abraços e Beijinhos,
Das vossas Sombras preferidas.

terça-feira, 1 de março de 2016

Diz-me



Diz-me! Que posso eu fazer?
Que posso eu dizer para alguma vez te ter?
Que montanhas preciso de escalar?
Que mares preciso de navegar?


Me tens enfeitiçado pelo teu canto (um à parte, escolheste bem uma que se identifica contigo).

O teu olhar e o teu sorriso são o teu encanto.
Sabes que farei tudo por ti, para ti.
Na esperança de um dia fazer tudo de novo por nós, para nós.



Custa-me ver por onde ando sem ti.

Custa-me não te ter ao meu lado para partilhar cada passo.
Sinto a tua falta. Será que sentes a minha?
Penso em ti diariamente. E tu, serás minha um dia?

Eu não te quero usar. Quero-te amar.
Aliás, sinto uma enorme necessidade de te abraçar.
Da tua mão agarrar, te beijar, no geral, te amar.




Dizem que o amor é fogo que arde sem se ver.
Eu posso não o ver mas sinto.
Sinto-o ainda mais quando me sorris.
E quando me tocas, sinto-me nas nuvens.




Quero poder-te levar lá comigo.
Como o anjo que és.
Podes não ter as asas.
Mas tens o corpo perfeito de um.




Quero poder sentir os teus lábios nos meus.
Sentir o teu coração palpitar.
Enquanto dança uma valsa com o meu.
E nos deixarmos pelo momento levar...




Desejo-te. Invejo a quem tu sorris todos os dias.
Gostava de ver o teu sorriso mais vezes.
Mas não posso. Estou hipnotizado pelo olhar.
O olhar que me faz desequilibrar e o coração acelerar.




Gostava de ser teu e que tu fosses minha.
Adorava contigo passar o resto da minha vida.
Sabes que sou capaz de abdicar de tudo apenas para te ver sorrir.
Sabes que estarei aqui esperando para te poder amar.




Poder partilhar todas as palavras e aventuras.
Ser o teu porto de abrigo e a calma que precisas.
Ser o tal a quem recorres quando algo corre mal.
Preciso de te ver feliz, comigo....




Preciso tanto das tuas palavras.
E do teu consolo. Do teu carinho e do teu amor.
Ambos sabemos que juntos felizes para sempre o iríamos ser.
Diz-me... O que preciso eu de fazer para te convencer?