quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A cadela que nunca tive


Pessoal, hoje não venho fazer rimas e poemas.
Hoje sinto-me algo em baixo.
A imagem acima não é real mas já não tinha fotos mais exactas, portanto tive de procurar uma que captasse a essência do animal em questão.

Durante alguns anos, tive uma namorada e ela tinha uma cadela enorme de raça Rottweiler (como ilustra a imagem acima). Era enorme e defensora mas simpática, brincalhona e gostava imenso de festas e de passear. Principalmente passeios de carro e em jardins e praias. E quando via um arbusto enorme, ela lá tinha de ir a correr e saltar lá para dentro e chocalhar a planta toda.

Era uma cadela fofinha e apesar de não ser minha, tratava-la como se fosse minha, mimando-la e dormindo por vezes com ela ao meu lado, sentido algumas lambidelas para acordar. Não me importava, adorava aquela cadela e divertia-me com ela.

Nos primeiros meses descobri que ela tinha uma doença grave cujo nome não me recordo e que lhe tirava metade dos anos de vida. Estes cães costumam chegar aos 20 anos de idade e quando a conhecia, já ia nos 5 anos de vida. E como as coisas correram mal com essa minha ex-namorada, acabei por me afastar e nada mais saber deles. Até ontem...

Ontem, um amigo em comum contou-me que a cadela tinha morrido. E senti-me mal. Agradeci-lhe e desliguei. Estava a ver um jogo de futebol mas não estava concentrado nisso. Passava-me pela cabeça as memórias que tinha com a cadela, as aventuras, alegrias, sustos e momentos mais fofinhos e engraçados que tive com o doido do animal.

Lembro-me da primeira vez que a vi: Entrava eu em casa da rapariga, quando apareceu esta besta a olhar seriamente para mim, pronto para atacar. E admito, tive receio que me visse como um naco de carne e já não saísse vivo daquela casa.
Mas há medida que os tempos iam passando (e muita comida debaixo da mesa dada), lá foi ganhando confiança e vinha por vezes trazer-me a trela para irmos à rua ou um brinquedo para eu atirar e ela ir buscar. Mesmo quando estudava, ela lá saltava para cima da cama e deitava-se em cima das minhas pernas e cadernos e livros e ficava olhando para mim, com aqueles olhos de cão a olharem-me para mim e pedir atenção. E claro, largava a caneta e calculadora e dava-lhe festas e um ou outro beijo na cabeça. Acabava por adormecer, a ressonar mas feliz e quentinha e eu apenas ajustava-me e continuava a estudar.

Quando o namoro acabou, eu sabia que não a veria mais e isso magoou-me. Pude-me despedir dela com um último passeio e sabia que passava uns meses e a cadela nunca mais se lembraria de mim. Mas pouco tempo depois, recebo a notícia da morte, no dia em que ela celebrava 8 anos.
Não sei se há funeral, cremação, enterro, não sei.
E não tenho coragem para perguntar à minha ex-namorada se a cadela sofreu ao morrer, se dormiu no sono, se é preciso algo, por causa da maneira como a relação acabou entre nós.
E tenho de ser honesto: não vou perguntar nada a ela, porque sei que ela vai pensar que isto será uma maneira de eu voltar a tentar. Mas isso é mentira porque eu não quero mais nada com ela. Se ela quiser ser amiga (como sempre disse que o queria ser), ela tem de dar o primeiro passo e falar (como lhe disse). Meses depois e nada.

E soube por um amigo. Ela sabia que gostava da cadela imenso e não me quis contar. Mas eu entendo, ela está a sofrer e não quis falar.

Mas o que está em causa é a cadela.
Portanto, tenho a dizer que lamento me ter afastado de ti, Luna (nome da cadela).
Gostava de te ter continuado a ver e passear contigo e ver-te a desapareceres nos arbustos e levares com ondas do mar. E gostava de ter estado contigo na tua hora final. Não me pude despedir de ti. Fi-lo quando a minha relação com a tua dona acabou mas tu eras uma cadela e podias não perceber o que se estava a passar mas espero que o teu último pensamento tenham sido as memórias felizes que tiveste na tua vida. E espero que estejas em paz. Um dia, quem sabe, nos voltaremos a ver e aí faço-te companhia e saltamos os dois para cima das nuvens e provocamos a chuva nas pessoas.

Porque mesmo que digam que não, os animais pensam e sentem e se assim o é, de certeza que também têm uma alma.
Descansa em paz, minha "amiga".
Dorme bem.
Huf Huf.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Peixes

Estou no topo da cadeia alimentar
Mas não me sinto vencedor
Por muito que goste de ganhar
Acabo sempre por sofrer dor

Venho para junto do rio escrever
E parar um pouco para reflectir
Ao espelho não vejo o meu ser
Será que os peixes estarão a dormir?

Olho para a água a brilhar
E invejo os peixes que a estão a habitar
Gostava de ser eu nelas a nadar
Apenas viver, sem pensar ou raciocinar

Pouco tempo para viver
Nunca ter de pensar
Nunca passar a vida a sofrer
Nunca precisar de amar

Sinto-me bem no mar
Dentro ou perto de água
Poder-me desligar e flutuar
E nunca colocar o meu coração na tomada

Por acaso sou Peixes de signo
Talvez por isso seja natural
Ser-me difícil encontrar o meu caminho
Quando devia ir na corrente segundo o meu astral

Deito-me aqui no areal
Esperando Neptuno me chamar
Fico esperando um ingénuo sinal
Que uma sereia me venha encantar

Mas recuso-me a levantar
Aqui fico a esperar
Que o mar me venha buscar
Ou que alguém me venha acordar

Doce sombra

É fácil deixarmo-nos levar pela sombra, pelo abraço reconfortante do canto mais escuro do nosso quarto e ficar ali, deitados em posição fetal, em dor. Por ser mais reconfortante do que levar um puxão de orelhas da família ou dos amigos.
O canto não julga, compreende.
O escuro não nos aponto os holofotes, protege-nos deles.
E isso é o perigoso, deixarmo-nos envolver naquele abraço e nunca mais vermos a luz da vida à nossa frente.
Há que enfrentar a dor e seguir e frente.
Tantas as noites passadas em claro, mas às escuras. Olhando para o vazio e vendo o tecto branco deixar-se esconder pela escuridão e sentir-me em paz.
Talvez seja isso o que a morte nos traz. Um abraço reconfortante para a viagem que vamos fazer, em que deixamos a dor para trás.
Mas nunca irei por esse caminho, irei sempre lutar e sair do canto. Nem que para tal tenha de iluminar todo o quarto com a minha parvoeira, deixarei sempre alguma alegria e razão de viver ali iluminar tudo.

ABC

Eu sempre te fiz rir
Um pouco esforçado
Gosto de te ouvir
Outras vezes gosto de estar calado.

Sempre te quis bem
Tentei te animar
Optei por ser alguém
Dizia-te que gostava de te abraçar.

Esperava por ti online
Tanto queria-te dizer
Isto é, estavas sempre on my mind
Isto é, não sabia bem o que escrever.

Não importa o tempo
Estive sempre aqui por ti
Sempre lutei com alento
Quando mesmo não estava aí.

Um dia talvez
Encontrar-te-ei
Rasgando um caminho de cada vez
Esperar-te-ei.

Só te quero ver com um sorriso
Farei tudo para te defender
Amanhã talvez sejas o Paraíso
Zelar e te proteger.

Estou aqui no escuro,
Reescrevendo este texto
Medo me obriga a jogar pelo seguro
Enquanto arranjo um pretexto.

Ora para te falar,
Hoje para te tocar
Ora para te abraçar
Melhor seria mesmo te beijar.

Mesmo que não
Eu não posso ignorar
Mesmo com um senão
Mantenho a esperança no ar

Amanhã é mais um dia
Idealmente seria o tal
Sempre que um gato mia
Foge-me a mente para longe do mal.

Eu sei, isto está a descarrilar
Lês, ris e desejas
Insisto em falar
Zangada espero que não estejas

Devia ser mais directo
Ou pelo menos devia resumir
Não tenho jeito certo
Ou simplesmente já devia estar a dormir

Sei que quanto mais adiar
Saberei que mais irei perder
Obter uma resposta tua a afirmar
Mesmo que eu hás-de querer

Um dia chegará
Não o irei deixar passar
Destino decidirá o que fará
Ou mesmo eu não te vou largar

Eu não sei mais como explicar
Sempre no assunto a desviar
Estou a caminhar
Rezando para que a noite me possa indicar.

Estas pequenas frases
São um pouco incapazes
Ando aqui perdido
Movendo-me sem destino.

Ideias não faltam
Negas também não.
Holofotes apontados em mim
Apontados directamente ao meu coração.

Nada disto faz-te sentido
Amanhã talvez te venha explicar
Mas por tudo o que fizeste fico agradecido
Ocaso me venhas a abandonar.

Rasgo os meus medos
Agora que chegaste ao fim te vou contar
Destruo os meus segredos
Apenas entende o que está dito e escrito...

Vá Lá – F.M.d.S.G. (Música dos D.A.M.A. – Não dá (lado masculino))



Eu não consigo entender,
Porque me fechas a porta.
Eu bem te tento ter,
Mas tu me respondes de forma torta.

Eu bem me estou a esforçar,
Para não me veres a chorar.
A tua rejeição me está a custar,
E tempo custa mais a passar.

PRÉ-REFRÃO:
Mas continuo e insisto,
Em te as ideias mudar,
Sabes que a ti não te resisto,
Por favor, vem comigo namorar.
Não sejas má para mim,
Não me deixes sozinho assim.

REFRÃO:
E eu insisto, vá lá.
Vá lá, vá lá vá lá.
E eu não te resisto,
Vá lá vá lá vá lá.
E eu não desisto,
Vá lá, vá lá, vá lá.
E eu sei que tu queres isto,
Vá lá, vá lá, vá lá.

Eu sei que tu me desejas,
Vejo isso no teu olhar.
Sei que me anseias,
Cada vez que te vou abraçar.

Cada vez que me vens tocar,
Sinto o meu coração a disparar.
E cada vez que cruzamos o olhar,
Sinto borboletas a voar,
E aguardo o dia em que nossos lábios se vão tocar.

PRÉ-REFRÃO.
REFRÃO.


Não entendo porque brincas,
Sabendo que jogas com o meu coração.
Não sei porque não ficas,
E aceitas a minha mão.

Tens namorado?
Dizes que não.
Ofereço-me para teu amado,
Mas não me entregas o teu coração.

Quero-te sempre ver,
Quero-te sempre abraçar.
Quero-te sempre ter,
Quero-te sempre tocar.

Nada dura eternamente,
Mas por ti faço a excepção.
Amo-te perdidamente,
A ti entrego meu coração.

És aquilo que sempre esperei,
E que vou sempre esperar.
E um dia talvez eu saberei,
Se tu finalmente me vais amar.

Mas agora fico à espera,
De um sinal teu,
Dentro da minha esfera.
Será que sou eu?
Que não sou perfeito,
Ou não faço o teu jeito?

REFRÃO.

És a única,
Apenas tu, tu e tu.
Que consigo amar,
Tu, apenas tu, tu.
Deixa-me por ti apaixonar,

Tu, tu, apenas tu.

domingo, 16 de agosto de 2015

Dor Nocturna

Mais uma vez falo,
Sem ouvir-me a pensar.
Mais uma vez não me calo,
Arriscando tudo acabar.

Sou uma pequena sombra,
Que se mantém imóvel.
Esquecida na noite,
No escuro amável.

Fico-te procurando,
Fico-te desafiando.
No meio de tantas palavras,
Não fui capaz de puxar das armas.

E aqui caio,
À tua mão.
Aqui desmaio,
Enquanto seguras-me a mão.

E deixo-me por ti vencer,
Deixo-me pela noite embalar.
Tento não sofrer,
Enquanto o sono me vem chamar.

Ainda digo o teu nome,
Enquanto te vejo a afastar.
Mas não dizes o meu nome,
Apenas páras e ficas a me observar.

E eu entendo,
A escolha nunca minha será(s).
E compreendo,
Que só por ti aqui estará(s).

Então fecho os olhos agora,
E me deixo adormecer.
Não vendo um dia a hora,
Em que nos teus braços me venha a padecer.

Apetece-me

Bem, bem-vindos.

Já sou utilizador deste website há muitos anos mas nunca tive um projecto que me desse prazer em fazê-lo.
Hoje decidi regressar aqui.
Precisava de um lugar para desabafar, para guardar as minhas memórias (reais e fictícias e sonhos), onde pudesse ser eu mesmo, sem medo de críticas, sem medo de ser julgado, sem medo...

Não prometo escrever todos os dias mas vou tentar colocar aqui algumas coisas de vez em quando.
E estou sempre aberto a sugestões.
Daí ficar aqui o meu e-mail: filipe.ms.gomes@hotmail.com

Quem quiser falar comigo ou pedir-me ajuda para falar ou desabafar, ou queira que escreva algo para/por vocês, estão à vontade.

Até lá, espero que se divirtam muito aqui.
Obrigado senhor viajante.
Por favor, apareça aqui mais vezes.